Júlio sentiu-se enrubescer e levantou seu copo, acompanhando o brinde. Em silêncio, Alex entregou-lhe um prato, talheres e um guardanapo de linho e começaram a comer.
Mesmo contra sua própria vontade, Júlio descobriu que estava desfrutando muito do piquenique, consumido toda sua parte. O ar livre sempre lhe abria o apetite, pensou, enquanto aceitava uma segunda porção de morangos.
Inclinou-se, apoiando em um braço, esquentando-se ao sol, sentindo o cheiro da grama. Se estivesse com qualquer outra pessoa, estaria mais relaxado e adorando cada momento. Mas Alex Constantis, mesmo quando representava o papel de perfeito anfitrião, como ele não podia negar, era uma ameaça para a sua paz de espírito.
Percebendo que Alex estava observando, retomou a conversação.— O senhor fala muito bem Português. Onde foi que aprendeu?
— Tive uma boa formação escolar, apesar do que provavelmente lhe contaram.
— Contaram? Não me falaram nada a seu respeito.
— Seu pai comentou comigo sobre suas férias na casa do seu tio que é ligado à embaixada. Meu primo Paul tem um cargo na mesma embaixada. Estou certo de que deve tê- lo conhecido. Você é bonito demais para que ele não se fizesse apresentar. Além disso, ele não resistiria em lhe contar, como faz com todos os que encontra, como eu lhe roubei a susposta herança. Tanto a mãe quanto a irmã dele adoram alardear essa história.
— Não se pode culpá-los - respondeu Júlio, de maneira abrupta. – Usurpadores não são nada populares.
— Então é assim que você me considera – comentou, rindo. – Ouvi-la falar de Águas Belas foi uma revelação, Júlio mou. É como se estivesse falando de um amante.
— Águas Belas é toda minha vida – disse ele baixando os olhos. – Pensei que sempre seria.
— E pode ser – seguiu, lacônico. – Se você se casar comigo.
Júlio sentou-se com um movimento tão brusco que o champanhe respingou em sua blusa.
— Se isso é uma brincadeira, sr. Constantis, fique sabendo de que é de muito mau gosto.
— Estou falando sério. Uma casa como aquela necessita de uma pessoa como você, e minha mãe vem me dizendo que já é hora de eu me casar. Talvez ela esteja certa.
— Então você propõe casamento para alguém que mal conhece só porque sua mãe pensa ser uma boa idéia? - dis Júlio, dando uma risada. É inacreditável!
— Completamente, se suas premissas estivessem corretas, — concordou ele. — Mas não somos exatamente estranhos depois do que ocorreu ontem, Júlio mou. Na noite passada você me perguntou se eu lhe daria a casa. Hoje eu lhe respondo que sim. Mas nos meus termos, não nos seus.
— É um absurdo! O senhor realmente acreditou nas palavras daquela megera. Imaginou que eu me prestaria a um arranjo nojento, degradante, que eu me, venderia. E, além de tudo, ao senhor!
— Por que diz isso? — quis saber ele, os olhos com um brilho ameaçador.– Será que meu sangue não é suficientemente bom para se misturar com o seu?
— Não tem nada a ver com isso - retorquiu Júlio, respirando profundamente. – Para ser sincero, sr. Constantis não é meu tipo. Na verdade, o senhor me deixa completamente indiferente. Você queria que a pessoa que estivesse com o senhor se sentisse assim, acho que não né.
Alex ficou meditativo, observando Júlio.
— Séria um tanto problemático, realmente. Mas será que isso é verdade?
Ele o estava provocando, Júlio percebeu, furioso. Alfinetando-o com as lembranças do que ocorreu na noite anterior.
— Todos nós agimos de forma equivocada uma ou outra vez, Sr. Constantis - tentou explicar-lhe casualmente. – Quanto a mim, isso pode ser explicado por um excesso de bebida e, além disso, pelo fato de que o senhor me agarrou de surpresa.Por um momento, ficaram em silêncio e, então. Alex deu de ombros.
— Bem, se é o único jeito, você não me deixa outra alternativa.
Enquanto ele se movia, Júlio percebeu suas intenções e, tentando recuar, perdeu o equilíbrio e caiu de costas sobre a manta. Quando tentou se levantar, Alex já estava lá sobre ele, imobilizando seus dois pulsos sobre a cabeça com uma das mãos, deixando sem defesas.
— Me solta seu maldito! - gritou
— Por quê? Contestou sorrindo. – Que efeito pode ter isso em você?
Inclinou a cabeça, tocando-lhe os lábios levemente.
— Ou mesmo isso?
Com a mão livre, começou a desabotoar-lhe a blusa.
— Oh, não! Meu Deus, não – Júlio começou a ficar desesperado e se debatendo para se libertar das mãos de Alex.
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UMA VIAGEM SEM VOLTA
Romance" vou comprar a mansão, e você será meu" disse Alexandro, inclinou-se e beijando-o nos lábios. Júlio queria dizer não, tentou resistir, manter os lábios cerrados, mas era luta que não podia ganhar. Alexandro com sua sensualidade, estava o subjugando...