XI - Sangue na Fechadura

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"Pai nosso
Que estás no inferno
Profano seja o vosso nome
Amaldiçoado sejam os filhos e filhas
De seus inimigos
Quem são culpados
Venha ao nosso reino
MémA"

Ritual - Ghost

Ayla resolveu que usaria sua primeira manhã livre para fazer uma faxina geral na casa e aproveitar para jogar fora coisas inúteis guardadas desde que o mundo é mundo

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Ayla resolveu que usaria sua primeira manhã livre para fazer uma faxina geral na casa e aproveitar para jogar fora coisas inúteis guardadas desde que o mundo é mundo.

Sua intenção era que aquilo fosse rápido, mas na primeira caixa de papelão guardada sobre o guarda roupa de Helena já havia roubado mais de uma hora de sua atenção.

Acontece que a caixa estava cheia de desenhos que fez quando criança, mas a maioria eram apenas rabiscos sem nexo e tinha até uma foto dela com um cão enorme — e eles nunca tiveram um cachorro. Ayla nem fazia ideia do porquê Helena guardou aquilo.

De repente encontrou uma foto do seu aniversário de sete anos: uma pequena Ayla atrás de um imenso bolo e várias bandejas de doces.

Vendo aquela foto ela lembrou de um acontecimento marcante dos seus sete anos: sua primeira paixão.

E ela foi por Lúcifer. Uma apaixonite aguda que mal podia conter dentro do corpo, não conseguia vê-lo que sentia toda sua química cerebral mudar e seus neurônios virarem corações apaixonados.

Um dia não conseguiu conter a chama da paixão para si e se declarou para ele. Foi a primeira vez que Lúcifer ficou completamente sem reação.

Ayla também ficaria se um ser menor que um metro e meio, sem metade dos dentes e gorda feito um hipopótamo se declarasse para ela.

A garota não se lembrava do que Lúcifer tinha dito a ela, mas sabia que sua paixão havia passado com o tempo. Hoje em dia ela achava isso ridículo, nem conseguia se imaginar apaixonada romanticamente por Lúcifer. Chegava a lhe dar náuseas imaginar isso.

— Tu lembra de quando eu me declarei pra ti? — ela surgiu no patamar da escada e olhou para baixo observando Lúcifer deitado no sofá e muito concentrado no celular dela.

— Como esquecer? — respondeu sem desgrudar os olhos do celular.

— O que disse pra eu desistir de ti? — ela riu descendo a escada aos pulos.

— Que você era muito nova, não podia namorar ainda, mas que quando completasse dezoito anos, eu estaria esperando o pedido. Foi o melhor jeito para você não chorar e esquecer daquilo com o tempo. E funcionou.

— Se eu te pedisse em namoro agora, aceitaria?

Lúcifer finalmente a encarou.

— Que nojo, Ayla.

Ela gargalhou.

— Ainda bem que compartilhamos da mesma repulsa.

Ele voltou a atenção ao celular, franzindo as sobrancelhas, o que intrigou Ayla.

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