E se o próprio Lúcifer fosse seu anjo da guarda?
Ayla, uma gaúcha que nunca saiu do próprio estado, viveu as primeiras décadas de sua vida sob o olhar protetor de seu exótico anjo da guarda: o próprio Diabo.
Mas, com o surgimento de uma ameaça imine...
"Ela é arrogante, ignorante, intolerante, estressante Flores mortas que caem em grandes árvores na estação de outono
Ela gosta muito desse lance de falar com espíritos Tem um ponteiro de Ouija pendurado em seu cordão Os poltergeist nos assombram com copos de vidros Todos os teus demônios dormem te dando as mãos
Ela é problemática e eu também E é por isso que nós dois juntos se dá muito bem Ela surta e eu também A raiva de nós dois juntos faz criar um buraco em Setealém"
Morgana - Kamaitachi
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— E então? O que me diz do trono do Inferno?
— Não — ele pronunciou de forma caricata.
Miguel ergueu as sobrancelhas surpreso.
— Eu não ganharia nada além de incômodo, dor de cabeça e conflitos se eu me tornasse o diabo da nossa região.
— Seria respeitado e poderia mandar em todo mundo.
Lucifuge deu de ombros.
— E que merda adianta se terei traído a confiança do meu antigo soberano para tomar o lugar dele? Traições não são bem vistas pela maioria lá embaixo, eu só arrumaria problemas com os outros diabos e com os meus próprios demônios.
— Então só não o trai por que seria problemático demais?
— Não, este é um dos motivos. Eu não troco a sensação de ser o primeiro nome em sua boca quando ele precisa resolver alguma coisa, de ser seu braço direito e o depósito da confiança de um dos diabos mais respeitados no submundo. Não troco os luxos que recebo, não troco a sensação única de cavalgar ao seu lado e sentir todos aqueles olhares curiosos e admirados sobre nós dois...
— Sobre ele.
Lucifuge franziu as sobrancelhas irritado.
— Que seja, eu acabo no mesmo campo de visão de qualquer modo. Então não, eu não o trairia por nada nesse mundo, e quando eu falo nada, é realmente nada. Meu senhor é bom para mim e é só isso que importa no final, eu confio nele e ele confia em mim.
Miguel sorriu e em seguida gargalhou, o demônio estranhou o comportamento e ficou desconfiado.
— Diz isso por causa da coleira invisível no seu pescoço? — então Miguel passou dois dedos em frente ao pescoço de Lucifuge e uma coleira de sombras se materializou. Na tranca, o sigilo de Lúcifer brilhava em branco. — Você é de Lúcifer, não pode traí-lo.
— É, tem essa parte também — admitiu.
— Botando todos na coleira até eu consigo uma boa reputação e subordinados confiáveis.
— Você tem ideia de como funciona a relação entre mestre e subordinado?
— Vocês que têm coleiras são escravos, basicamente.
