Os vilões são realmente os vilões? Izuku se perguntou isso desde sua vigésima volta. Agora ele tinha certeza de uma coisa: se o importante era o fim, o caos do processo era necessário
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— Você parece feliz querido — Inko comentou enquanto terminava de lavar a louça da janta, Izuku ao seu lado guardando-a.
— A senhora também parece muito feliz mãe. Está bem com o novo emprego?
— Sim, as coisas estão um pouco diferentes depois de tantos anos, mas sempre há vagas na área. É bom trabalhar com modelos, mas difícil lidar com o temperamento deles. Há uma rotatividade muito grande na agencia.
— Ninguém te trata mal né?
— Não. Não — Inko sorriu pela preocupação do filho — A diretora é uma heroína também, então ela disse para todos me tratarem bem. É tão legal ser um herói como ela. Já pensou nisso, Izuku?
— Como assim mãe?
— Ser um herói como a diretora Uwabani... Ela é um pro-hero, mas trabalha também como modelo e atriz, então é bem menos perigoso... — A voz da mulher foi diminuindo o tom e Izuku se segurou para não revirar os olhos.
— Mae, eu provavelmente nem faria sucesso como modelo.
— A diretora não acha isso. Eu mostrei algumas fotos suas e ela acha que você seria perfeito. Ela disse que você seria um ótimo modelo teen, porque tem uma cara bonita e fofa, e tem um corpo... isso é desconcertante, mas um corpo gostoso.
— A Uwabani disse isso? — Izuku sorriu de lado.
Na verdade, já escutou isso da própria em uma de suas vidas. Certa vez ele fez um ensaio junto com Hawks e Mirko, quando entrou pela primeira vez no ranking de heróis oficiais. Eles três eram os mais jovens heróis no top dez, todos abaixo dos 35 anos. Uwabani – que era a diretora da agência que fez as fotos, fez questão de dizer o que achava dos modelos.
Mirko era uma pro-hero com um corpo esculpido, esbanjando sua sensualidade e força e por isso era vista como sex-simbol feminina. Hawks era bonito e encantador, além de falar de um modo que parecia estar flertando o tempo todo, o que lhe conquistou legiões de fãs. Mas o herói Deku foi quem ela considerou o destaque. Uma personalidade gentil e um pouco submissa, com um ar angelical e romântico, mas que tinha um corpo tão bem trabalhado que ela apostou – e ganhou -, que conquistaria a todos. Aparentemente a nova geração gostava de homens como ele.
Como ela disse mesmo? Ah, era: "ninguém imagina que por trás daquele seu uniforme tem tudo isso. Não se pode julgar um livro pela capa. Até as cicatrizes são sexys, dão um ar perigoso que contrastam perfeitamente com as sardas."
— Ela disse. Inclusive, se você quiser, ela gostaria de marcar uma sessão de fotos com um aspirante a herói. O que acha?
— Vai virar minha assessora, mãe? — Izuku disse com um ar brincalhão. Mas, na verdade, era uma ótima oportunidade para alcançar o que queria ainda mais rápido — Eu não me importo, seria um bom treino para o futuro. Claro que ainda priorizo ser um herói, mas se ela quiser, eu estaria disposto.
