Tomura não gostou de Izuku Shigaraki desde o momento que ele abriu a boca para lhe dizer quem era. Ele não conseguia conter a sensação de que o outro estava escondendo algo fundamental sobre o futuro de si. Agindo enigmático e se julgando como o grande narrador do jogo, como se já soubesse de cada mínimo acontecimento que aconteceria.
E como se a atitude não fosse o suficiente, ainda era poderoso. Tao poderoso que mesmo a gravação que ele assistiu do festival não era o suficiente para fazer jus ao que ele usou contra si. Não, contra aqueles estudantes ele não estava tao rápido, forte, certeiro. Também não tinha aquelas vinhas negras que o agarraram e jogaram de um lado para o outro como um espantalho. Aquela fumaça irritante que lhe confundiu os sentidos.
Mas Tomura faria o que ele queria. Não por opção, mas porque após Izuku o deixar sozinho quando acordou, seu mestre foi claro em suas palavras.
"Meu filho biológico não é alguém que você tenha o luxo de poder irritar, Tomura. Eu te dei meu nome, nosso nome. Eu te darei meu poder e meu trono. Mas ele pode tirar tudo de você se ficar insatisfeito. E contra ele, não é questão de querer ou não ficar ao seu lado, é de não conseguir. Só há uma única pessoa no mundo que pode ser ameaça a ele, e essa pessoa não sou eu."
E todo esse tempo que ele ficou apagado, Izuku continuou agindo, tendo agora Stain – alguém que ele queria como aliado -, seguindo suas ordens. Kurogiri também parecia ter desenvolvido uma profunda estima pelo outro, escutando-o e cuidando dele como deveria fazer apenas consigo.
Teve também o ataque a Hosu, que foi o ponto central apenas por um dia, logo sendo substituído por notícias das mortes por Stain. Era frustrante que não era a LOV a ganhar reconhecimento, mesmo que com o vídeo Stain agora esteja associado a sua organização. Mas, como Izuku tão gentilmente frisou, ele não estava buscando dar visibilidade a LOV, ele só queria causar caos para Stain não ser alvo dos heróis pela noite. A estreia deles deveria ser outra.
Para encerrar, Giran tinha entrado a poucos minutos com alguns recrutas, a oitava vez do dia. Duas vezes ele rejeitou a entrada para o grupo principal que ele estava montando. Uma vez ele tentou negar, mas Izuku, no canto da sala desde a primeira entrada, fez um som de desaprovação que o obrigou a aceitar aquele ser irritante e teatral que se chamou de Mrs. Compress.
E no momento ele estava a ponto de transformar dois em poeira, desde que entraram Himiko Toga e Dabi já o criticaram quatro vezes e falaram de Stain doze. Mas quando os três se prepararam para atacar um aos outros, o som de uma chamada os redirecionou para Narrador.
Dabi já havia notado o homem assim que chegou. Ele usava um boné que lhe escondia os cabelos e uma máscara que lhe cobria apenas a parte superior do rosto. Sua roupa que lhe lembrava os jogadores de beisebol americanos, e nenhuma arma estava vista. O homem o olhou. Na verdade, desde que entrou ele podia sentir que a atenção do desconhecido era inteiramente sua. Mas seu achismo sobre ele ser algum outro membro estava equivocada pela reação de Tomura. Se o cara fosse subordinado, tinha certeza que Tomura não teria recuado em sua postura de ataque como fez.
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Onde foi que eu errei?
FanfictionOs vilões são realmente os vilões? Izuku se perguntou isso desde sua vigésima volta. Agora ele tinha certeza de uma coisa: se o importante era o fim, o caos do processo era necessário