O sol começava a surgir no horizonte, pintando o céu de tons quentes de laranja e rosa. Deku e Hawks estavam sentados no topo de um prédio alto em Fukuoka, com a brisa suave da manhã acariciando seus rostos. A cidade ainda estava adormecida, dando uma sensação de paz e tranquilidade ao ambiente. Os dois estavam assim a cerca de uma hora agora, Midoryia tendo terminado seu treino momentos antes do herói encontrá-lo em algum telhado não muito distante de onde estavam.
Izuku falava animadamente sobre algumas coisas que não compartilhou por mensagem antes, seus olhos brilhando de empolgação. Ele mencionava como Jiro estava próxima, muito interessada no fato dele ter falado na entrevista com Uwabani que tinha vocação musical, e os dois haviam combinado de se encontrar durante a tarde para poderem aproveitar o assunto em comum.
Como ele também havia marcado de encontrar Inasa, com quem surpreendentemente formou uma amizade apesar das escolas distantes um do outro. E sobre algumas notícias de heróis, que faziam seu rosto se iluminar ainda mais, principalmente ao compartilhar detalhes sobre as que envolviam Hawks. Keigo, por sua vez, apenas observava-o atentamente, sem dizer uma palavra, absorvendo cada detalhe de sua expressão e gestos.
Olhar para Izuku Midoryia era hipnotizante. Foi desde a primeira vez que seus olhos pousaram na figura meses antes.
– ... Não é que meu apartamento seja ruim. É bem localizado, de um tamanho ótimo, mas aquele lugar é de Inko, e me faz ter muitas lembranças que eu gostaria de esquecer. Mas tem duas semanas que procuro um lugar e nada me agrada.
Hawks piscou, tentando entender quando ele se perdeu e não escutou a mudança de tópico.
– Você quer se mudar?
– Sim. Já olhei por Hosu, Musutafu e Tóquio. Não estou procurando nada em específico, nem tenho o problema financeiro para me limitar, mas ainda não achei um lugar que eu realmente gostei.
– Se for por questões emocionais, meu apartamento é grande demais para mim. Mal o uso por estar sempre na agência. Se quiser, pode ficar lá, pelo menos até achar um lugar.
– Sério? Muito obrigado, Hawks. Mas acho que seria um incômodo para você.
– Não se preocupe, eu insisto. Além disso, pode ser ruim se a carga emocional te afetar onde está agora.
– Acho que vou pensar na sua oferta.
Os dois se olharam então, os minutos se passando sem nenhuma nova adição, o silencio confortável se instalando entre os dois. E assim continuariam se o celular de Hawks não apitasse uma nova mensagem.
– Eu vou te deixar trabalhar – O mais jovem sussurrou.
Antes de se despedir, no entanto, Izuku se inclinou na direção de Hawks, como se fosse beijá-lo. O coração do herói disparou com a proximidade inesperada, seu corpo tenso de surpresa. Mas contrariando os pensamentos do loiro, Izuku apenas corrigiu a maquiagem dos olhos de Hawks delicadamente com o dedo, antes de se afastar.
– Você fica bem com o delineado invertido – E então, como se não tivesse feito nada demais, acenou – Até mais, senhor.
Hawks ficou atordoado, sua mente em turbilhão. Ele percebeu que, na verdade, tinha sido ele quem considerara beijar Izuku naquele momento. Um calafrio percorreu sua espinha ao imaginar o que poderia ter acontecido se Izuku não tivesse se afastado. Ele estava em pânico, não apenas pelo que quase aconteceu, mas pela intensidade de sua reação.
Nem tendo notado que não devolveu a despedida ou que o outro se afastou de si, Takami estava paralisado, em sua mente um mantra se repetindo.
Ele só tem quinze anos, porra.
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Era sábado a noite e Izuku tinha acabado de se despedir de Jiro, os pais da garota não querendo que ela ficasse fora de casa a noite com Stain ainda a solta – sensatos, embora Stain não faria nada a garota se ela não se metesse onde não devia. Então, por ainda ser cedo, ele decidiu que iria para o bar da LOV.
Ele ainda tinha outro encontro essa noite, um que não parava na primeira intenção, mas não era até mais tarde. Portanto, e para ter um domingo livre finalmente, ele decidiu que Tomura receberia a iluminação através de sua presença e palavras.
Bem, sem ele o plano era até que decente e não queria fazer muitas alterações, porém Yulian não podia ser preso, eles também precisavam de mais sangue do que apenas Uraraka e Tsuyu, e Spinner também deve ser preso.
O cara era um pé no saco com toda essa merda de Stain, a ponto de nem mesmo detentor de toda essa adoração aturar.
Assim que ele entrou no bar, vindo através das passagens subterrâneas para não ser facilmente rastreado, Narrador já teve que desviar de algumas facas de Toga, do fogo de Dabi e de um entulho que saiu de uma bolinha de Mr. Compress. Por sorte Yulian o viu, chamando-o animado e fazendo toda aquela porra de briga sem sentido parar instantaneamente.
Ele deu um aceno geral antes de passar o braço pelos ombros de Yulian em um abraço e o arrastar consigo para o balcão. Mamaguiri lhe serviu um copo de uma bebida escura não identificada rapidamente, mas ele confiava no homem demais para se importar em verificar o que ele lhe entregava. Izuku se virou para Tomura.
– Seu rato vai te mandar a localização do acampamento no primeiro dia, mas ataquem apenas no penúltimo. Stain fará o ataque a Rock Lock, então não irá. O único aluno morto deve ser Minoru Mineta. Junto a Bakugou Katsuki vocês também vão trazer Izuku Midoryia – Ele falou tudo de uma vez, sabendo que Kuroguiri conseguiria se lembrar com perfeição. Se virou a Mustard – Entregue a câmera a Tomura e ensine-o a usar. Essa será a estreia de verdade da LOV, então vou conseguir que vocês estejam na Hero's Tonight.
– Mas isso não vai alertar os heróis?
– Sim, mas vou garantir que não sejam rastreados pelo vídeo ou que seja derrubado. O objetivo será concluído – Ele novamente se voltou a Tomura – Vou te entregar tudo que tenho sobre Bakugou, faça um discurso sobre suas ações e porque você o escolheu.
– Mas porque sequestrar Midoryia também? – Magne questionou.
– Midoryia está sendo dito como o herói perfeito e todos estão ansiosos para que ele tenha sua licença. Não é uma estreia maravilhosa para Bakugou caso ele se volte para o nosso lado? Lorde das Explosões deverá matar Izuku Midoryia em seu primeiro ato – Izuku piscou para Tomura – Tenho certeza de que vai saber o que fazer, irmão.
Izuku sempre teve talento para cantar, compor e tocar, apenas não tinha explorado isso antes. Outra coisa que ele esqueceu foi como ele aprendeu, que foi justamente com Jiro. Ele só era travado para a dança, mas depois de um tempo ele notou que era benéfico para seus movimentos e aprendeu. Vou fazer uso disso no festival cultural.
As consequências de Bakugou estão chegando, finalmente. Ou uma parte, ao menos.
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Onde foi que eu errei?
Hayran KurguOs vilões são realmente os vilões? Izuku se perguntou isso desde sua vigésima volta. Agora ele tinha certeza de uma coisa: se o importante era o fim, o caos do processo era necessário