24 - Melancolia

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ALERTA DE GATILHO, DEPRESSÃO E SUICÍDIO E TEMÁTICAS SENSÍVEIS



Yuki havia partido com o grupo de Minato havia seis meses. O começo foi mais difícil do que ela imaginava. O treinamento exaustivo, noites sem dormir. A cama era um tecido jogado no chão. Chuva forte, ventos, sol escaldante. A comida e a água eram escassas. Banho era quando dava.

Para facilitar ela cortou os cabelos longos e agora estavam na altura do pescoço. Mais magra, porém os músculos começaram a realçar devagar à medida que o treinamento se intensificava. As mãos calejadas, as unhas antes bem cuidadas, agora estavam sujas, mal cuidadas. Yuki não era nem de longe a Lady que um dia foi. Embora sua beleza ainda se mantinha debaixo da sujeira e da poeira.

Sakura aprendeu com Sasori o ofício da medicina e ajudou a cuidar dos enfermos por onde passava. Diziam que ela havia se tornado até melhor que a Chiyo.

Depois de seis meses o grupo seguiu rumo ao acampamento da Akatsuki. De longe eles avistaram a fumaça. Yuki firmou o corpo no cavalo em que estava e bateu os calcanhares de leve no animal e seguiu até a entrada. Ela desceu do cavalo, o amarrou e caminhou até uma Hinata com uma barriga de gestante de nove meses. Nem mesmo a gestação tirava a beleza da mulher, na verdade parecia ainda mais bonita.

— Yuki! Que houve com você? — Hinata disse surpresa ao ver a aparência rústica da mulher.

— Eu que o diga. Achei que chegaria aqui e já estaria com o bebê no colo.

— Está para qualquer momento. E Sakura?

— Ali. — Yuki disse apontando para a ex-princesa se aproximando num cavalo branco.

— Cortou o cabelo também? — Hinata perguntou ao ver o cabelo de Sakura cortado na altura do pescoço.

— A gente não tinha água para beber, quem dirá para lavar o cabelo! — Sakura disse descendo do cavalo.

— Venham, vamos dar um jeito nisso!

Yuki e Sakura tiveram o primeiro banho decente em meses. E também uma boa refeição. Em seguida as três sentaram-se à beira da cachoeira e conversaram sobre como foram suas vidas nos últimos meses. Hinata disse que dava aula para as crianças, aprendeu um pouco sobre ervas medicinais, além de ajudar com as refeições e lavar as roupas. Algo que até então ela nunca havia feito.

Yuki contou sobre o treino pesado que ela e Sakura passaram e como a jornada tem sido difícil. No fim daquela tarde, Hinata sentiu as contrações e entrou em trabalho de parto que foi realizado por Sakura. Um menino de cabelos pretos como o pai, tão parecido que fez a médica sentir uma sensação estranha ao vê-lo.

— É um menino, Hinata. — Ela disse cabisbaixa. — Parece que estava esperando eu chegar.

Hinata abraçou o bebê com amor de carinho e chorou emocionada. Yuki ao ver a cena se afastou da mãe e saiu da tenda. Se ela não tivesse perdido o bebê, ela também estaria feliz como Hinata. Um sentimento pesado e denso que por mais que ela tentasse não conseguiria se livrar. Ainda doía no local mais profundo e obscuro de sua alma.

Sakura viu a amiga de longe, mas a deixou sozinha. Talvez tudo que ela precisasse naquele momento era chorar. A rosada também tinha seus próprios sentimentos para enfrentar naquele momento.

A médica se afastou e sentou-se em frente a fogueira. O frio começava mais uma vez com as primeiras folhas do outono que caía. Ela alisou os próprios braços tentando se esquentar quando sentiu alguém repousar sobre seus ombros uma manta.

A Concubina mais amada do Príncipe ItachiOnde histórias criam vida. Descubra agora