Yuki ficou em silêncio com medo. O homem diante dela era ninguém menos que o príncipe herdeiro Itachi Uchiha. Seu olhar era mais frio do que lhe disseram. Ele vestia um quimono escuro com os ombros cobertos por um maori vermelho com desenhos de corvos em alto relevo. O quimono era aberto na parte de cima até metade de seu torso, deixando seu peitoral parcialmente à mostra. O príncipe escorava o braço por dentro do quimono de forma despretensiosa.
— E então? As servas não lhe ajudaram a se vestir de forma adequada para me receber? Ou é apenas o seu descaso para com o seu senhor? — Yuki se levantou rapidamente e se ajoelhou no chão diante do príncipe completamente curvada.
— Meu senhor me perdoe tamanha insolência. E-eu não sabia que o senhor viria hoje.
— Pare de choramingar. É irritante. Eu já não queria vir até aqui, agora meu interesse tornou-se menor do que antes.
Yuki mantinha-se de cabeça baixa vendo as lágrimas caírem no carpete. Ela pensou em sua família. A única coisa que a mantinha viva. Que a fazia suportar tudo que ela estava passando. Ela ergueu o olhar receosa, temendo a fúria de seu senhor começou a dizer:
— Meu senhor... há alguma coisa que eu possa fazer... para lhe agradar? Me diga do que o senhor gosta e eu farei.
Itachi olhou para Yuki com desdém e a analisou friamente, seus olhos pretos pareciam ler a sua alma. Ela ainda tremia, o rosto molhado de lágrimas, tinha as bochechas vermelhas.
— Levante-se. — A voz do príncipe era séria e firme. Yuki obedeceu o seu senhor e levantou-se devagar sentindo as pernas tão fracas que mal conseguia ficar de pé. O príncipe a rodeou como um lobo feroz prestes a devorar a presa, os longos cabelos cacheados pareciam esconder parte do rosto dela. Quando completou a volta ele olhou para ela friamente. — Não há nada em você que me interesse.
A cada palavra de desprezo de seu amo ela sentia no ponto mais profundo de seu âmago o vazio do desespero. Ela tinha que ter algo que o interessasse. O príncipe virou as costas e caminhava em direção à saída.
— Meu príncipe, não há nada em meu corpo que te interesse?
— Não...
Yuki sentiu que estava perdendo a batalha. Certamente no dia seguinte ela e a família seriam mortos. Pensa Yuki, Pensa. O que seu pai te ensinou? Ela olhou para o Maori do príncipe. Corvos.
— Ahhh... Corvos! — Yuki disse no impulso. O príncipe virou para encará-la ainda frio e sério. Quando Yuki viu seu silêncio, ela continuou. — Amaterasu, a deusa Shintō do sol, tinha um corvo de três pernas chamado Yatagarasu.
— ...
— Conhecida como aquela "que brilha no céu", seu nome completo é Amaterasu-ōmikami e significa "a Grande Deusa Augusta que ilumina o céu". Não é por menos que ela é considerada também a deusa do Universo.
O príncipe parou e girou sobre os calcanhares e voltou até onde havia uma cadeira acolchoada de cor verde e sentou-se diante de Yuki encostou um dos braços na poltrona, apoiou o rosto devagar nas costas das mãos e cruzou uma das pernas. Depois de um silêncio agonizante ele disse olhando fixamente para Yuki.
— Qual o seu nome?
— Y-Yuki Hitsugaya, meu senhor.
— Seu sobrenome de nada vale aqui. Você sabe o que é uma concubina, Yuki?
— Sim... meu senhor.
— Você servirá a mim por toda a sua vida, independente de sua vontade. Acha isso justo, Yuki?
— Eu não sou ninguém para questionar tal coisa, meu príncipe.
— Sabe, Yuki, eu poderia muito bem vir até e tirar de você a única fagulha do que restou da sua dignidade, sem me importar se se sentirá dor ou não. Muitas mulheres passaram dentro desse Palácio. Para os outros o que importa é tratar vocês como objeto e pronto. Mas, para mim isso é apenas uma banalidade. Deitar-me com você ou não, não faria diferença nenhuma para mim, mas faria para você. O que quero dizer, Yuki é o que você tem de especial?
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A Concubina mais amada do Príncipe Itachi
Fiksi Penggemar[NÃO RECOMENDADA PARA MENORES DE 18 ANOS] Numa era antiga onde o Imperador Madara comandava com mãos de ferro, uma jovem da nobreza vê sua vida se transformar ao ser entregue ao Príncipe Itachi como pagamento de uma dívida. Porém, dentro dos portões...