04 - A Pior das Concubinas

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Haviam regras dentro do Palácio. E todas elas deveriam ser cumpridas com rigor, caso contrário  o indivíduo poderia ser punido  com açoite ou até mesmo a morte. As concubinas eram como objetos de luxo que deveriam ser bem cuidadas para estar ao total dispor de seus amos. Elas deveriam estar em plena saúde para poderem gerar o máximo de filhos que pudessem. E elas teriam servas inteiramente ao seu dispor. Isso significa que uma concubina de roupas de baixo no meio do jardim capinando um canteiro de margaridas violava várias dessas regras. Yuki sabia disso, só não esperava o príncipe tão cedo em seus aposentos.

— Perdeu a língua? Perguntei o que isso significa?

Anko se ajoelhou rapidamente diante de seu soberano já temendo a própria vida. Ela era a serva principal e havia deixado tal coisa acontecer. — Meu soberano, eu imploro por piedade. A culpa disso tudo é minha e...

— Silêncio! Quero ouvir da boca de sua senhora. — Itachi disse olhando seriamente para a concubina que mantinha o olhar baixo.

— Meu príncipe, a culpa não é da Anko. A culpa é minha. Eu pedi a ela que pegasse a enxada e...

— Nós temos servos para isso. — O príncipe disse de forma severa.

— Sim, eu sei... 

— Ousa me questionar? Saiba que você deveria ser açoitada e sua serva,  morta.

— Mas, o que foi que eu fiz? —  Yuki alterou o tom de voz para uma indignação que fez Anko tremer.

— Como disse? — Itachi deu dois passos para frente e viu o olhar de Yuki de desaprovação. Nenhuma concubina já teve tamanha audácia.

— Meu senhor, perdoe a minha insolência, mas o que foi que eu fiz? 

— Você tem que ficar aqui a minha disposição, se era para ser uma serva deveria estar junto com as servas, não desperdiçando o meu tempo e dos demais servos com você!

— Mas...

— Mas, o que? Ainda está me questionando? Não tem amor à sua vida?

Yuki engoliu seco e segurou firmemente os punhos com força. Ele poderia ser um príncipe, o seu amo e soberano. Mas, já não aguentava mais tanto desprezo.

— Meu senhor, estou aqui há semanas e não tenho direito a nada! Eu fico aqui neste lugar presa como um passarinho. Não posso sair, não posso ver ninguém, não posso nem escolher o que vou comer, não posso fazer nada!

— Acha que está em condições de exigir alguma coisa? — O olhar do príncipe era de uma fúria palpável. Anko neste momento já estava temendo a morte certa pela insolência de sua senhora.

— Eu sei das minhas condições, senhor...

— Posso mandar matar sua família agora mesmo. Lembre-se do porquê está aqui. — Itachi dizia as frases encarando a jovem concubina com veemência.

— Lembro-me bem. Jamais esquecerei de que minha família está nas mãos do meu soberano. Entretanto, recordo-me também que eu deveria lhe agradar, mas o senhor... nunca me tocou. E por mais que diga que meu corpo não lhe interesse, como posso satisfazer alguém de sua magnitude estando entediada e insatisfeita?

O príncipe trancou o maxilar com força e ficou ainda mais furioso com a destreza que a concubina o colocou numa situação favorável a ela. A mulher praticamente disse a ele que a culpa de não satisfazê-lo era dele mesmo. Ela poderia alegar diante da própria Imperatriz Mãe, que jamais foi tocada e havia muitas formas de provar isso. Principalmente com ela dizendo isso diante de uma das servas. E isso lhe traria muitos problemas.

— Serva! — O príncipe disse à Anko que estava tão assustada que parecia que ia desmaiar a qualquer momento.

— S-Sim, meu soberano? 

A Concubina mais amada do Príncipe ItachiOnde histórias criam vida. Descubra agora