Capítulo 56

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Pov Sunshine

Eu com certeza estava passando pelos piores dias da minha vida. A doença estava me consumindo.

Além do tratamento exaustivo, acompanhei Aisha nos últimos dias da Natalie, e vi com os meus próprios olhos a doença acabando com ela.

Natalie morreu dormindo depois que a visitei junto com a Aisha, ela ficou tão feliz de me conhecer e desejou que eu vencesse o câncer.

Mas me deixou tão triste que ela não conseguiu vencer, e mais triste ainda em ver o sofrimento da Leah, e até mesmo da Aisha.

E pra completar tudo a queda do meu cabelo piorou e eu tive que raspar, e foi pior do que eu imaginava.

Minha mãe ficou comigo o tempo todo, mas não deixou de ser doloroso.

Mal consigo encarar meu reflexo no espelho, eu estava horrorosa, pálida e sem cabelo.

Estou evitando o Thomas desde que raspei meu cabelo, e ele está respeitando, sempre me liga.

Eu não conseguia pensar em deixar ele ou qualquer pessoa que não seja a minha mãe me ver.

Ela está me ajudando a usar lenços e depois iríamos procurar uma peruca que combinasse comigo.

Nas últimas sessões o Robert foi comigo, ele está sendo uma ótima compainha e está me apoiando tanto.

Mas desde que raspei a cabeça não saio mais do meu quarto, a não ser para ir as sessões.

Vejo que isso está preocupando a todos, mas até agora ninguém me forçou a sair e isso é bom.

Hoje é um dia que eu vou ficar em casa, já tomei meu café da manhã e estou deitada na minha cama.

Escuto batidas na porta e rapidamente coloco uma touca na cabeça.

- Quem é? - Perguntei.

- Sou eu, o Thomas. - Disse ele e eu corri até a porta.

- O que faz aqui? - Perguntei segurando a porta com medo dele entrar.

- Eu vim te ver, falar com você Sun. - Disse ele.

- Thomas, eu falei que não estava preparada pra te ver ainda, não assim como eu estou. - Disse.

- Eu entendo, e por isso não entrei no quarto. Mas precisava escutar sua voz e ficar de alguma forma mais perto de você. - Disse ele.

- Você poderia me ligar. - Disse.

- Não é a mesma coisa. Mas saiba que eu estou bem aqui, sentado atrás dessa porta. - Disse ele.

- Eu sinto muito por isso. - Disse.

- Não se desculpe, está tudo bem. Eu não vou te forçar a nada, tá bom?- Perguntou ele.

- Obrigada. - Disse.

- Como você está? - Perguntou ele.

- Não muito bem, não tem sido dias bons. Queria poder estar ajudando a Aisha, dando apoio que ela precisa, mas eu não consigo. - Disse.

- Ela está bem, e está recebendo o apoio que precisa da sua mãe, do seu pai e meu também. Ela vai ficar bem. - Disse ele.

- Pode dizer a ela que estou com ela, não fisicamente, mas estou. - Disse.

- Ela sabe Sun, ela sabe. - Disse ele.

- Como está a sua mãe? - Perguntei.

- Bem melhor, ela está cuidando mais dela mesmo, está pensando até mesmo em voltar a estudar. - Disse ele.

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