𝐐𝐮𝐞𝐫𝐢𝐝𝐚, 𝐬𝐨𝐫𝐫𝐢𝐚! 𝐄𝐮 𝐦𝐨𝐫𝐫𝐞𝐫𝐢𝐚 𝐩𝐨𝐫 𝐯𝐨𝐜𝐞̂!

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Camille

Estreito o olhar para observa-lá em pânico no banco ao lado, após a ligação de Ömer

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Estreito o olhar para observa-lá em pânico no banco ao lado, após a ligação de Ömer. Com uma mão, seguro seus pulsos, na tentativa de Adèle não repuxar os próprios cabelos em desespero.

Eu sabia.

Conheço exatamente o jeito que age, como preda e utiliza o medo do adversário como o prêmio máximo em seu jogo doentio. Apavorar Adèle, ouvir a aflição em sua voz, vislumbrar os olhos assustados com a a mente nociva, faz com que tudo se torne mais emocionante.

-Ele vai matá-la. -Choraminga. O som baixo e doloroso que escapa entre os lábios rasga o meu peito de dentro pra fora e preciso respirar fundo na tentativa de não socar o painel do carro à frente. Ele tirou Hanna de mim. Ed. Meu próprio pai e avó e agora pretende estilhaçar o coração da mulher que me encontro completamente apaixonada e decidida em protegê-la com a própria vida.

O ódio borbulha dentro de mim. A vingança em atirar contra sua testa, torcer seus pulsos e gritar conforme ouço sua carne chiar após embeber o corpo com gasolina e acender o isqueiro. A retaliação esperada por tantos anos queima como o inferno no peito.

Mas o tempo está correndo.

E eu o conheço como ninguém.

"Um dia terá que escolher quem quer proteger e quem precisa de proteção. Quem você escolherá, Camila? Quem?"

Não posso perder nenhuma das duas. Tanto Elisa quanto Adèle, ambas precisam da minha proteção. Ambas estão na mira de Ömer.

Quem você escolherá, Camila? Quem?

Seu filho da puta.

Tomo a rota sentido ao retorno e acelero há mais de 260km pela estrada. Como estávamos a meio caminho de Chartres, se continuarmos nesse ritmo, voltaremos antes de anoitecer à Paris. Encorajo Adèle a ligar para Jean e desconversar sobre Elisa, algo como ela estar em Paris, apenas para pescar uma informação à mais de seu paradeiro no atual momento. Entretanto, seu melhor amigo revela que sua mãe não entrou em contato nas últimas horas.

Adèle volta a remexer no cabelo e direciona o corpo para mim, se acomodando entre o cinto de segurança e o banco. Os olhos grandes estão inchados, vermelhos, assim como os lábios. Ela funga o nariz e entrelaça os dedos na minha mão livre sobre a alavanca de câmbio e a fito com as sobrancelhas baixas.

A visão do seu rosto contorcido em dor. Os lábios trêmulos e a respiração entrecortada, foi tudo que procurei evitar nesses meses que há conheci. Meu propósito desde o nosso primeiro contato, a primeira conversa, era protegê-la e olha como minha doce mulher se encontra agora.

Suas lágrimas escorrem abundantemente sobre as bochechas e aperto com força o volante, sentindo o material estalar por baixo dos dedos.

-Eu trarei ela de volta, meu amor. Eu te prometo isso. Eu te prometo.

𝐎 𝐒𝐄𝐆𝐑𝐄𝐃𝐎 𝐃𝐄 𝐌𝐎𝐍𝐓𝐌𝐀𝐑𝐓𝐑𝐄Onde histórias criam vida. Descubra agora