𝗚𝗺𝗮 𝗰𝗮𝗺𝗮 𝗞𝗶𝗻𝗎 𝗲́ 𝗺𝘂𝗶𝘁𝗌 𝗜𝗲𝗟𝘂𝗲𝗻𝗮 𝗜𝗮𝗿𝗮 𝗱𝘂𝗮𝘀 𝗺𝘂𝗹𝗵𝗲𝗿𝗲𝘀

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Adèle

Quando o horário do iPad muda de 17:19 para 17:20, corro apressada em direção ao closet com o coração tão acelerado que acabo tropeçando em Dalí três vezes durante o caminho

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Quando o horário do iPad muda de 17:19 para 17:20, corro apressada em direção ao closet com o coração tão acelerado que acabo tropeçando em Dalí três vezes durante o caminho. Temo ao pensar o que pode ocorrer estando em um ambiente a sós com Romane, porém meu subconsciente relembra o fato do meu melhor amigo estar lá e soo desapontada. Não que a companhia de Jean seja desagradável, mas uma parte de mim se mantém curiosa pelo o que surgiria estando em um momento a sós com a morena misteriosa da boate.

Ainda assim, a parte consciente funcional do cérebro vocifera um não enorme dentro da mente. Romane é problema ao mesmo tempo que também é sedução. Aquela mulher se torna um pecado perfeito para ser cometido e já me vejo ajoelhada rogando perdão de forma antecipada caso caia em tentação.

Com um dedo pensante sobre o queixo, passeio entre os cabides da arara à procura de uma peça confortável, porém sensual. Por fim, puxo uma saia xadrez escura, um suéter preto da Thommy Hilfiger não muito decotado, apenas o suficiente para ressaltar os seios tamanho 48. Por fim, acrescento uma meia calça de cor semelhante ao resto do look. A saia não parece tão curta a ponto de me deixar seminua, mas consegue ultrapassar alguns centímetros acima das coxas.

Me inclino sobre o corpo e colo um pedaço de fita durex no buraquinho da meia próximo ao mindinho, agachando em seguida a fim de amarrar as botas. Espirro Le Sorbet da Nina Ricci no pescoço e deslizo Rouge Satin da Dior nos lábios, finalizando ondas nas mecha loiras com o babyliss.

O telefone toca ao passo que o carro buzina vindo da rua abaixo. Observo o número bloqueado na tela mais uma vez e decido criar uma anotação mental de falar com Romane sobre isso. Ela simplesmente não pode usar um chip normal como todo mundo Confiro se as portas e janelas estão trancadas e desço as escadas de caracol em pulos de dois em dois, atendendo por fim, a ligação no mesmo instante que encontro seus olhos negros na calçada.

-Está querendo me me matar?

E porra, ela poderia muito bem fazer o que quisesse comigo naquele conjunto de alta costura preto sedoso. O detalhe da peça adornando seu tronco e os braços atléticos por baixo, assim como a inesquecível camisa social de botões dourados. Os cabelos negros derramam-se em cachos grossos ao redor do rosto e ela levanta os óculos escuros Gucci sobre eles. Verifico rápido pelo retrovisor se não me encontro babando e acabo me surpreendendo ainda mais com o veículo à frente.

-Imaginei que tivesse dinheiro, mas não tanto assim! -Entro no Jipe Commander preto no qual Romane segura a porta para mim. Em seguida, sorrio de canto e ela faz o mesmo.

-É só um carro, Adèle.

Por alguns segundos, me analisando outra vez no espelho, arrumo o canto dos lábios um pouco borrados pelo batom e me encolho ao pega-lá observando de soslaio.

-Tudo bem se olhar assim, Adèle. Se eu fosse desse jeito também estaria me admirando.

Reviro os olhos e estapeio sua mão. Entretanto, Romane a segura e envolve os dedos com seus polegares tatuados. Engulo em seco e ainda olhando para nossas mãos, comento baixo.

𝐎 𝐒𝐄𝐆𝐑𝐄𝐃𝐎 𝐃𝐄 𝐌𝐎𝐍𝐓𝐌𝐀𝐑𝐓𝐑𝐄Onde histórias criam vida. Descubra agora