𝐄𝐬𝐭𝐚𝐫 𝐩𝐞𝐫𝐭𝐚 𝐝𝐚 𝐊𝐚𝐫𝐭𝐞 𝐞́ 𝐚 𝐊𝐞𝐥𝐡𝐚𝐫 𝐞𝐱𝐩𝐞𝐫𝐢𝐞̂𝐧𝐜𝐢𝐚 𝐩𝐚𝐫𝐚 𝐬𝐞 𝐭𝐞𝐫 𝐜𝐚𝐬𝐚 𝐬𝐞𝐣𝐚 𝐚𝐭𝐞𝐮

49 8 2
                                    

Camille

O prédio antigo onde Adèle costumava morar, possui exatamente oito lances de escadas, com ela morando no quarto (quinto praticamente, contando com o saguão)

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

O prédio antigo onde Adèle costumava morar, possui exatamente oito lances de escadas, com ela morando no quarto (quinto praticamente, contando com o saguão). Antes de subir, busco por Luigi na cabine da portaria, mas sem sucesso. O local parece deserto, como se não houvesse outros moradores. Entro no edifício e começo a subir os degraus barulhentos soando abaixo de mim. Não ouço vozes nem mesmo apoiando o ouvido contra uma das portas do apartamento no segundo andar.

Já no terceiro, direciono a arma já ativada oscilando entre os imóveis no corredor à frente. As luzes colidem entre si e rezo de forma mental para que esse filho da puta não mexa nos fusíveis provocando um apagão geral no edifício.

Entretanto, assim que me vejo na metade dos degraus para o quarto andar, o breu toma conta do ambiente, e de forma cega, giro ao redor do próprio corpo pronta para atirar em qualquer mínimo vulto.

Porém o silêncio permanece.

Ouço as batidas do coração pularem nos ouvidos e engulo em seco. Uma camada grossa de suor empapa a nuca e respiro fundo à medida que prossigo para o quinto andar. O chão range sob o meu peso e levo um susto, assim que enxergo outra vez os corredores à frente, me levando a atirar contra a parede. A luz havia voltado mas o silêncio continua, e para confirmar a dúvida anterior, o local foi completamente evacuado.

Sinto a dor instalar ao redor da cabeça, a ferida recém operada pulsando no meu abdômen com os movimentos bruscos direcionando a pistola. Eu estava completamente fodida. No sentido negativo da palavra.

O cheiro e a aparência dessa situação remetiam em apenas uma coisa:

Emboscada.

E estou ciente de como Ömer trabalha em suas ciladas. Não será fácil, não que eu tenha cogitado em ser, mas resgatar Elisa com vida e assasiná-lo se tornou algo delicado.

Fecho os olhos por no máximo dois segundos, o suficiente para que eu mantenha o sorriso de Adèle por trás deles. A prometi minha vida em devolver sua mãe e por mais que de fato tenha certeza de como tudo isso irá terminar, preciso cumprir a promessa.

Você só precisa matá-lo, Camille. Ömer foi o cara que acabou com a sua vida. Nenhuma parcela do medo que sinta dele se torna maior do que a sede de justiça em vingar o sofrimento do seu pai. De Ed. Abuela e Hanna.

A minha Hanna.

Respiro fundo, retirando a Smith detrás da coluna. Aciono o gatilho juntamente com a Beretta e avanço os passos na direção do apartamento 405. De frente para a porta, calculo o perímetro e segundos mais tarde atiro contra a maçaneta, chutando a madeira no mesmo instante.

Esgueirando-me pela sala, vasculho indícios da presença de Ömer, Elisa ou alguns dos capangas. Mas não há nada. Noto a luz de um abajur aceso na mesinha de centro e só aí percebo a nova mobília do local. Porém, não há sinal dos moradores. Inalo o ar à procura de pólvora, mas não há resquícios. Assim como não há vozes, passos ou simplesmente vida nesse edifício. E por um breve segundo, premedito descer às escadas e voltar ao saguão. Ligar o Jeep e encontrar Adèle na casa de Julien, onde está a salvo. Arquitetar outro plano elaborado para o assassinato de Ömer e seus homens...

𝐎 𝐒𝐄𝐆𝐑𝐄𝐃𝐎 𝐃𝐄 𝐌𝐎𝐍𝐓𝐌𝐀𝐑𝐓𝐑𝐄Onde histórias criam vida. Descubra agora