𝐌𝐨𝐦𝐦𝐲 𝐈𝐬𝐬𝐮𝐞𝐬 𝐞́ 𝐮𝐦𝐚 𝐝𝐫𝐨𝐠𝐚

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Adèle

Enquanto acaricio o rabo peludo e quebrado de Dalí, cujo se encontra deitado preguiçoso ao meu lado na cama, suspiro fundo entre os lábios

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Enquanto acaricio o rabo peludo e quebrado de Dalí, cujo se encontra deitado preguiçoso ao meu lado na cama, suspiro fundo entre os lábios. Relíquia Macabra é transmitido da TV de 24 polegadas acima do pequeno móvel de cerejeira no canto do quarto.

Conto três rachaduras no teto ao mesmo tempo que deslizo a ponta dos dedos, com as unhas curtas, por sua pele nua e quente.

Camille está deitada de forma parcial com o corpo sobre o meu quadril. Os cabelos negros se derramando pela barriga nua e me pego sorrindo ao olhar para baixo. Seus lábios carnudos emitem um ronco baixo e suave e a expressão no rosto oval é vista como tranquila, sossegada.

Se passa um pouco além das 23:00 agora. E me encontro extasiada, em virtude das falas ditas por nós horas atrás.

Camille e eu finalmente declaramos em voz alta nossos sentimentos uma pela outra. Sentimentos, que assim como os meus, puderam ser libertos após muito tempo presos em cativeiro.

Sinto o canto dos lábios erguerem ao lembrar das palavras em meu ouvido, enquanto esperava de forma falha, me recuperar da transa intensa minutos antes.

Observo meus seios desnudos oscilarem em frenesi ao mesmo tempo que enrolo seus cachos negros nos dedos. A morena se remexe, resmunga de forma manhosa, porém permanece deitada em mim. Seus cílios grandes, junto com as sobrancelhas grossas e escuras, repousam em completa harmonia. E me levo a pensar nos períodos que passei sem tê-la comigo. Sem amá-la. Jamais permiti me sentir da forma que me sinto agora. Com a intensidade das emoções. Elena, de começo, foi uma paixão forte em minha vida. A primeira namorada, mas nunca um amor. Seus toques eram frios. Duros. As falas rasas e olhos opacos não demonstravam nada além de ódio, crueldade e sociopatia.

Espremo as pálpebras devido as recordações da violência contra mim. Contra o meu corpo. E principalmente à alma. Cogitei diversas vezes sumir, atentar sobre mim mesma. Ponderei em tirar a própria vida diante das suas ameaças. Nunca existiu um tipo de amor em nossa relação, apenas possessividade.

Respiro fundo com os devaneios enterrados no fundo da mente quando noto seus olhos me fitarem em silêncio. Camille se encontra pousada com as mãos abaixo do queixo e deitada acima da minha barriga. Seu semblante é passivo e consigo enxergar o sorriso ladino no canto dos lábios.

As pupilas negras estão dilatadas como duas bolas de bilhar número 8. Seus olhos...tão diferentes dos de Elena. Apesar da escuridão presente nas íris, difíceis de serem distinguidas na maior parte das vezes. Divergentes dos da minha ex-namorada, os seus são grandes, dissimulados, entregam segurança ao me estudarem.

-No que está pensando, ojitos?

Pisco diante da pergunta, os dedos continuam móveis em seu cabelo e Camille parece se deleitar com a carícia.

𝐎 𝐒𝐄𝐆𝐑𝐄𝐃𝐎 𝐃𝐄 𝐌𝐎𝐍𝐓𝐌𝐀𝐑𝐓𝐑𝐄Onde histórias criam vida. Descubra agora