𝐎 𝐜𝐚𝐫𝐚çã𝐚 𝐝𝐞 𝐮𝐊𝐚 𝐚𝐬𝐬𝐚𝐬𝐬𝐢𝐧𝐚 é 𝐬𝐞𝐊𝐩𝐫𝐞 𝐚 𝐊𝐚𝐢𝐬 𝐟𝐫𝐚𝐜𝐚

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Romane

-Romane?

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-Romane?

Levanto o queixo em sua direção e percebo Hanna erguer uma das pistolas do arsenal para mim. Balanço a cabeça e relaxo o corpo contra a espreguiçadeira de palha.

-Acha que devemos fazer isso hoje?

Como de se esperar, Volk me analisa como se eu fosse uma espécie de neurótica necessitando de sessão terapêutica de choque.

-Estamos esperando por ele há três anos, Estivalet! Foi um erro crucial tê-lo deixado escapar na Alemanha e você sabe disso. -Anuo uma vez, com a cabeça baixa e ponho um braço atrás da nuca. Volk continua: -Por acaso essa hesitação tem a ver com o cordeirinho da semana passada? Qual é, Romane? O que há com você? Ficou louca?!

Levanto parcialmente o corpo, apenas o suficiente para encara-lá de onde estou. Hanna usa calças de couro altas e sua camisa branca de botões a faz parecer um menino escocês.

-Só acho que preciso ficar de olho nela, Volk. Não é nada demais. Protegemos os inocentes, certo? É para isso que vivemos, não é?

-E morremos por eles, caso seja necessário. -Conclui e caminha até mim. Retira o cigarro dos meus dedos e traga uma vez, expelindo a fumaça com a boca. Puxa o banco de três pernas e paira em frente à espreguiçadeira. -O que há com essa garota? Resgatou algo do seu passado? -Silêncio. -Ela por acaso tem a ver com Cam...

Sem aviso prévio, me levanto de forma brusca. Passo a mão sobre os cabelos e ignoro seu olhar penetrante. Hanna jamais conseguiria entender o sentimento infeliz que Adèle trouxe ao meu peito. Uma semana. 7 dias se passaram desde que a vi pela primeira vez no caralho daquela festa. 168 horas que simplesmente me sinto incapaz de apagar seu rosto da memória e 604800 segundos que a visito todas as noites em seu quarto apenas para vê-la dormir.

Volk pode achar que estou maluca e de fato posso estar, mas porra, não pretendo deixar essa garota. Não quando a sua alma toca a minha e o seu corpo dança junto ao meu. Como se estivéssemos ligadas. Preciso protegê-la. Necessito disso.

-Volk. -Inicio e segundos mais tarde giro o corpo para olhá-la outra vez. -Não mencione o meu passado. Jamais, ok? Você é a minha irmã e te respeito mais do que qualquer outra coisa na porra dessa vida mas não se meta entre mim e Camille Santiesteban. Você não a conhece.

A loira faz menção de rebater, porém deixa os braços caírem ao lado dos quadris e se dá como vencida. Tensiona o maxilar e por anos de convivência ao seu lado, sei que aguarda uma resposta concreta.

-Temos que matá-lo.

Suspiro de maneira frustrada e dividida. Ao mesmo tempo que quero proteger Hanna e tenho a convicção que preciso matar Oliver, o pensamento de deixar Adèle vulnerável me faz questionar a própria sanidade. Estou totalmente obcecada por ela. Porra, estou fodida! Por uma mulher que conheço há uma semana.

-Você precisa fazer isso dessa vez. -Digo por fim e Hanna assente sem refutar. -Enquanto não matar Elena Smaine, não posso deixá-la sozinha, Volk. Se algo acontecer com ela...porra...perderei o propósito da minha vida.

A loira aperta meu ombro direito em sinal de respeito e volta ao arsenal de armas, retira o punhal do kit Kunai de facas e põe uma das pistolas sob o coldre na cintura. Tranca a porta de vidro, gira outra vez o corpo na minha direção e sinto o ar gélido das suas palavras ricochetear sobre a pele.

-E o seu propósito ainda é esse?

Meu maior medo é dizer que "não". Talvez meu propósito não seja mais proteger e vingar os inocentes, mas sim mantê-la em segurança. Apenas ela. E essa porra me assusta.

𝐎 𝐒𝐄𝐆𝐑𝐄𝐃𝐎 𝐃𝐄 𝐌𝐎𝐍𝐓𝐌𝐀𝐑𝐓𝐑𝐄Onde histórias criam vida. Descubra agora