Adèle
Os cabelos negros de Romane se encontram emaranhados sobre o rosto enquanto a observo de forma embasbacada, ainda sem acreditar estar em sua cama King Size.Sem acreditar que passei a noite me contorcendo em prazer nesses lençóis. Murmurando seu nome entre beijos e lambidas profundas, e posso jurar ainda sentir os lábios dormentes. No entanto, os toco com a ponta dos dedos, me perguntando se foi real. Se é real.
Suas pálpebras permanecem fechadas e a vejo respirar de modo profundo pelos lábios semiabertos. O lençol branco cobre parcialmente seu corpo, fazendo com que metade do tronco nu fique à mostra, trazendo a visão dos seios amarronzados. Eu não consigo. Simplesmente não sou capaz de retirar os olhos dali. Ou do seu rosto. Ou os cachos negros que o cobrem. Ou dela.
Uma chuva fina prolonga do lado de fora e por um instante, cogito me manter aqui. Poderíamos assistir filmes noir e encomendar pain au chocolat da padaria próxima. Entretanto, volto à encarar a realidade quando o despertador já programado começar a tocar. Os olhos de Romane se abrem em espanto durante o primeiro toque de Lullaby do Nickelback. Suas pupilas negras verificam primeiro o teto e em seguida o meu rosto. Seus olhos surgem frios e assustados, como se estivessem em alerta.
-Bom dia. -Sorrio, de forma cautelosa, observando seu semblante avançar de precaução para indiferença. -Você está bem?
Os olhos soturnos piscam outra vez, sonolenta e até um pouco perdida. Romane se senta sobre o colchão, o corpo ainda seminu, e em seguida puxa minhas pernas com os braços fortes, fazendo com que eu sobressalte diante do ato repentino.
-Como não posso estar bem? Coloquei a cara no meio das suas pernas essa noite, pelo que eu lembre. -O sorriso magnífico retoma o posto e logo sinto o coração descompassar duas vezes seguidas. -Não dormia assim há tempos.
Deslizo o indicador por seu tronco, as pontas contornando de forma suave as auréolas acastanhadas. Umedeço os lábios assim que as noto intumescidas.
-Assim como?
A morena esfrega as mãos grandes entre os cabelos e abre outro sorriso. Não um sorriso sacana como de costume. Um gentil e sincero. Fazendo com que eu me sinta enfeitiçada.
-Muito bem. Digamos que eu tenha...-Fita através do meu ombro e divaga alguns instantes. –Dificuldades em dormir.
Suas unhas cravam sobre as minhas coxas desnudas e mais uma vez presencio a boceta encharcar ao vê-los acariciarem a lateral da virilha.
-Quais tipos?
Romane dá de ombros.
-Traumas do passado. Talvez eu não seja tão equilibrada quanto pareço ser. Você entende?
Assinto, buscando suas mãos pelo lençol. Quando as encontro, entrelaço os dedos aos meus, contemplando a expressão no seu rosto suavizar.
-Eu entendo.
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RomanceEm meio às ruas sinuosas de Paris, uma série de assassinatos brutais de ex-presidiários deixa a cidade em pânico. A jovem jornalista AdÚle, determinada à investigar e documentar os crimes chocantes, se vê envolvida em uma teia de mistério e perigo. ...