Capítulo 11 - Delicioso

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As molas do sofá bege de camurça rangeram quando o peso dos dois adolescentes foi depositado sobre ele. Estavam embalados num abraço exigente, as bocas bem coladas uma na outra e, durante aquele momento, eles não sentiam frio algum, apesar de ter começado a nevar ao anoitecer.

A canja de galinha fora esquecida completamente, os ingredientes ainda estavam aguardando na pia, porém havia coisas mais urgentes naquele momento.

A brasa que fora acessa agora se tornara um incêndio sem precedentes.

O calor que o corpo de Marcus emanava era tão aconchegante que Ren se permitiu submergir nele enquanto as mãos do mais novo vagavam por seu corpo magro. Como não sabia o que fazer, o Amorim apenas permaneceu beijando o rapaz que o amava, sentindo seus toques cada vez mais ousados.

Pela primeira vez desde que despertara, ele sentia-se quente.

Mas Marcus não estava satisfeito só com beijos e toques, ele era um garoto guloso e seu lado infantil não o deixaria desistir naquela altura do campeonato. Por isso, quando eles se afastaram para recuperar o fôlego, o loiro pronunciou quase como numa ordem:

— Tire as roupas, Ren.

Levou apenas um segundo para os instintos do albino se mostrarem novamente, ele copiou os movimentos de Marcus enquanto tirava suas roupas de frio. O ar gelado fez o loiro estremecer e se arrepiar, porém o Amorim não sentiu nada além do desejo avassalador que vinha consumindo-o desde algumas horas atrás.

Finalmente, quando os jovens se viram apenas usando roupas íntimas, o constrangimento resolveu bater a porta e deixou o rosto de Ren completamente corado — não que Marcus estivesse muito diferente, mas ele conseguiu disfarçar com um sorriso sapeca.

— Seu corpo é muito bonito, Ren. — Ele tocou a pele do estômago do amigo, enviando arrepios por seu corpo. — Muito bonito mesmo...

Seu tom de voz beirava a quentura de respingos de lava, estava mais rouca, mais baixa, completamente mergulhada no tesão. Perante tais palavras escancaradamente luxuriosas, Ren sentiu-se na obrigação de retrucar.

— Eu gosto da cor dos seus olhos, Marcus — sussurrou, erguendo a mão para tocar a face do loiro, seus dedos se aninharam perfeitamente em sua bochecha esquerda — Gosto de como você olha para mim como se eu fosse especial.

— Mas você é especial, bobo. — O Andrade pegou sua mão e beijou sua palma num segundo antes de completar: — Especial para mim.

Os sentidos do Amorim dispararam e ele puxou Marcus para outro beijo. Agora seus corpos se esfregavam um contra o outro, compartilhando calor, um calor que não existia no corpo do albino, porém que era forte no do loiro.

Então seus membros de repente criaram vida, acordando lentamente conforme o beijo evoluía para duas línguas se esfregando uma na outra. Ren estava por baixo de Marcus e o loiro tinha uma completa visão de seu corpo cor de neve. Ele corajosamente deixou sua mão serpentear para baixo e agarrou o pênis de Ren por cima do tecido de sua cueca, recebendo um gemido que retumbou dentro de suas bocas.

— Ren, eu te amo muito! — Quando se distanciaram, o loiro conseguiu ofegar. — Quero provar você, agora.

"Eu também quero te provar", o albino afastou esse pensamento estranhamente macabro e abriu um sorriso brincalhão para o amigo.

— Vá em frente. Serei todo seu.

Sem mais necessidade de prolongar o papo, Marcus deslizou pela mandíbula do Amorim com beijinhos delicados, passando por seu pescoço fino e encaixando uma mordida no meio de sua clavícula. Ren gemeu roucamente; morder, tudo o que ele queria era morder o corpo sobre o dele, cravar seus dentes em sua carne macia até sentir o sangue coagular naquele sabor divino que sentiu na cozinha.

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