42- Interhouse

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— Senha — Harry pediu. 

— Mais vale um pelúcio na mala do que uma bola de cristal na mão — A garota da lufa-lufa falou mesmo parecendo incerta. 

Era por volta de meia noite e meia. O castelo estava a se preparar para dormir depois do baile, alunos cansados e felizes retirando suas vestes formais e optando por confortáveis pijamas, prontos para sonharem com o que acabaram de viver... Ou era isso que os professores imaginavam, ou melhor, torciam para que estivesse acontecendo. 

A realidade, para uma parcela significativa do corpo estudantil mais velho, era completamente outra. A Câmara Secreta fora aberta, mas dessa vez não haviam inimigos do herdeiro e certamente essa não era uma noite para ter cuidado. Pelo contrário, aquele era o momento de extravasar, de esquecer que existem aulas, provas, casas que o separavam... e apenas aproveitar e criar laços (e sem julgamento em como cada um faria isso). 

Assim, quando o baile de Inverno acabou, os alunos selecionados aproveitaram a movimentação nos corredores das pessoas indo para a cama para rumarem até outras partes do castelo. Alguns para um corredor estreito no último andar, alguns para uma sala de aula no térreo, outros para um armário de vassouras... O propósito era deixar as passagens de entrada da Câmara aleatórias e confidencias, seguindo assim o plano e correndo menos risco possível. 

Eles haviam planejado tudo nos mínimos detalhes, e daria certo. A única questão do plano era que ele exigia que Harry fosse quase que um ser onipresente em todas as entradas, já que apenas ele era ofdioglota e poderia liberar a passagem.

Por isso Harry estava equipado com uma capa longa azul escuro de capuz que tampava seu rosto, um feitiço de mudança de voz, e um elfo doméstico para o levar de um lugar ao outro no castelo a medida que os convidados ansiosos chegavam. 

Estava sendo um começo agitado, mas Harry estava empolgado. 

Os alunos tendiam a chegar em grupos de dois ou três da mesma casa, e tinham que esperar apenas alguns minutos (como explicado no convite) antes de Harry disfarçado aparecesse e checasse a senha que Luna havia inventado. 

Se tudo estivesse certo, ele indicava para que os alunos passassem por uma porta ou portal encantado com um feitiço de confusão. Isso os deixava dispersos e catatônicos por alguns instantes, retirando a memória recente de por onde entraram, e fazendo com que não percebessem Harry falando em língua de cobra para que eles finalmente entrassem na Câmara.

Depois disso, era apenas curtição. Ou Harry supunha que sim, já que não havia conseguido ter tempo para entrar ainda. Ele torcia para que antes da uma da madrugada todos já estivessem chegado para que ele pudesse entrar também e aproveitar a festa. 

Bem, isso depois da entrada dramática que Draco insistiu que eles fizessem. 

Enfim, Harry só podia torcer para que seu projeto estivesse dando certo, e ele sabia que tinha as pessoas certas o ajudando nisso. 

Fred e Jorge estavam responsáveis pela animação da festa. Acesso liberado ao som bruxo adaptado com potência máxima, luzes mágicas, efeitos, fumaça... tudo o que eles achassem necessário fazer para tornar aquela festa épica, eles poderiam. 

O trio: Luna, Godric e Salazar estavam apostos na segurança. A priori Harry foi questionado por escolher justamente alguém nada intimidante para garantir a ordem no lugar, mas o grifinório estava certo disso. Godric e Salazar eram ótimos no papel de espionagem por serem fantasmas e poderem desaparecer quando quisessem, mas Luna também era meio assim. Ninguém pensaria que ela seria uma ameaça, tornando o elemento surpresa imperceptível. 

E por mais que ela não fosse ainda uma bruxa tão excepcional como Harry ou Draco (algo que o grifinório estava pensando em mudar no futuro, talvez aulas para seus amigos ano que vem?!), ela era muito observadora e seria os olhos e ouvidos de Harry durante a festa. 

Harry Potter e o Lord Slytherin / DrarryOnde histórias criam vida. Descubra agora