Harry Potter e o Lord Slytherin / Drarry

47- Pure Blood

— Potter deve ser expulso! O desdenho dele diante da turma... a afronta a mim! Tem que fazer algo Dumbledore! Primeiro rouba de mim, e agora age com tanto desacato em minhas masmorras! — Snape estava possesso, andando de um lado para o outro no escritório de Dumbledore. 

O velho parecia extremamente cansado. Em sua defesa já fazia mais de 10 minutos que o professor estava regoditanto todas as suas queixas sobre Harry de modo muito enfático. 

— As masmorras não são suas, você é um mero professor, não dono do castelo... — Harry resmungou olhando pro teto, mas fazendo com que os adultos lembrassem que o jovem ainda estava ali entre eles. 

— Severus, meu bom rapaz, acho que diante dessa situação o melhor é manter a calma. Preciso entender exatamente o que aconteceu, mesmo que eu já tenha alguns palpites e ache que o garoto não mereça ser expulso, não acha?! 

— Ele saiu da minha sala sem a minha permissão! — Snape insistiu, e Harry não pode deixar de comparar sua atitude com uma criança birrenta que não queria abrir mão de seu ponto de vista... 

Mesmo que fosse patético. 

— E tenho absoluta certeza que Harry se arrepende disso e ficará feliz em cumprir as detenções...

— Professor, não seria mais sábio ouvir o que tenho a dizer antes de já decidir que estou de detenção? — Harry o interrompeu, fazendo o senhor de idade se remexer inquieto em sua cadeira antes de concordar com a cabeça. 

— Pois bem Harry, o que aconteceu? 

Enquanto Snape ainda andava pela sala resmungando como um velho ranzinza e enrustido, Harry relatou (sem os palavrões) tudo o que aconteceu em sala de aula desde que Hermione recebera a revista. Foi extremamente profissional ao encenar um grifinório preocupado com a amiga e que perdeu o controle ao ser, mais uma vez, humilhado por um adulto que deveria ser a autoridade.

Durante todo discurso Dumbledore estava a pensar em como as coisas estavam fugindo de seu controle. Primeiro Harry se recusa ir para a casa dos tios, depois Draco Malfoy vira uma pessoa de sua importância, e agora ele nem ao menos tem medo em enfrentar autoridades?! Esse não era o plano... 

Não que Dumbledore quisesse ver uma criança solícita, vulnerável e suscetível... mas era necessário. A guerra exigia sacrifícios, e moldar Harry como uma arma pronta para obedecer e morrer era exercial. 

Contudo, esse Harry na sua frente... Ah, ele com certeza não era quem ele precisava ser, e isso preocupava Dumbledore. 

Snape fazer da vida do garoto um inferno em Hogwarts era necessário, mas nem isso estava acontecendo mais! E onde já se viu Harry conseguir entrar tanto na cabeça do homem ao ponto dele o ameaçar com o soro da verdade na frente de todos em vez de no sigilo!

— Entendo Harry, saiba que estou ao seu lado. Hogwarts foi feita para ajudar daqueles que mais precisam, e todos merecem se sentir seguros aqui. Sinto por ter falhado nisso... mas espero que entenda que o professor Snape não fez por mal. Sei que Severus pode ser um pouco exigente, mas isso porque ele quer o melhor para os alunos... Preciso que entenda que...

As unhas de Harry machucavam a palma de sua mão, e foi apenas essa dor e seus escudos de oclumência que mantiveram sua magia contida. Ele sabia que não poderia correr o risco de Dumbledore ver o quão poderoso ele era, e devido a sua raiva era bem capaz de alguma tragédia acontecer...

Mas, não era hora. 

Não valia a pena entrar nessa luta como Harry Potter. Mas Snape iria pagar, Lord Slytherin garantiria isso...

E sim, seus amigos estavam certos, Harry realmente estava gostando de se chamar na terceira pessoa, por mais maluco que isso pudesse soar. 

— Só quero que o professor Snape me deixe em paz... — Harry resmungou olhando pra baixo, parecendo incomodado. — Hermione não merecia aquela reportagem, e ler aquilo em voz alta foi errado! Mas eu entendo que também perdi a paciência...