003. MODO SILENCIOSO.

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𝐀𝐍𝐈𝐓𝐀 𝐂𝐀𝐌𝐏𝐎𝐒

Hoje eu mereço um banho premium, daqueles que eu esfolio cada centímetro de pele do meu corpo. A água quente da banheira e as velas acesas com cheirinho me ajudam a relaxar depois de um dia agitado desses.

O som está ligado baixinho, tocando músicas do meu cantor favorito, The Weeknd. E até por isso, pelo meu nível de relaxamento, eu demoro quase uma hora pra perceber que o  interfone tocava. Levanto da banheira e minha pressão vai lá embaixo pela rapidez que eu me ergui pra atender.

– Alô? — pergunto através do interfone, meu corpo tremendo de frio mesmo coberto pelo roupão.

– Desculpa te incomodar Anita, mas você tem uma entrega aqui fora. — o porteiro responde.

– Entrega? Eu não pedi nada!

– Na verdade... Bom, é um rapaz. — escuto daqui a pessoa soprando algo pro porteiro. – Ele se identifica como comprador do mês.

– Tá de sacanagem? — eu realmente não acredito que o Raphael teve a audácia de vim na minha casa, correndo o risco de ser visto pelos meus vizinhos de condomínio. – Pode deixar ele entrar. Obrigado, Luíz.

– Por nada, Anita.

Volto correndo pro banheiro apagando as velas e desligando a hidro. Entro no meu quarto vestindo uma camisola leve de cetim, o tecido gelado faz com que eu me arrepie, e quando eu penso em pegar o secador pra secar meu cabelo, Raphael bate na porta.

Respiro fundo, tentando não surtar com fato de novamente tá caindo nesse papinho dele. Abro a porta e dou de cara com ele, segurando uma garrafa de vinho e uma caixa de bombons. Ele está com um sorriso travesso nos lábios, como se nada pudesse abalar sua confiança.

– Comprador do mês, é? — arqueio uma sobrancelha, tentando parecer irritada, mas não consigo evitar que um sorriso escape.

– Achei que você fosse gostar do apelido — ele diz, entrando sem ser convidado.

Fecho a porta atrás dele, o observando enquanto coloca o vinho e os bombons na mesa de centro.

– Você tá louco, Raphael? E se alguém te vê aqui?

– Quem disse que alguém viu? — ele responde, se aproximando de mim. – Saí da casa do meu irmão e vim direto pra cá.

– Você é inacreditável. — suspiro, balançando a cabeça.

– E você é irresistível. — ele responde, os olhos escorrendo pela minha camisola. – Não consegui parar de pensar em você o dia todo.

Minha vontade de manter a compostura desaparece. Ele me puxa pela cintura, a mão firme desliza pelo tecido do cetim até minha bunda.

– Você é um problema, Raphael. — digo, mas minha voz trai meus sentimentos.

Ele se aproxima mais, encurtando a distância entre nós.

– Um problema que você parece gostar de ter. — ele sussurra, os lábios quase tocando os meus.

Sorrio, o instigando ainda mais. Minhas mãos sobem até sua nuca, e eu passo a arranhá-la suavemente com as unhas, sentindo-o estremecer sob meu toque. Não me intimido com a proximidade, pelo contrário, mergulho nos olhos dele, deixando claro que estou no controle.

– Você não faz ideia do quanto... — murmuro, me inclinando ligeiramente pra ele, deixando nossos lábios quase se tocarem.

Raphael se inclina mais, prestes a me beijar, mas no último segundo, desvio o rosto e saio de seus braços, deixando ele momentaneamente atordoado. Caminho até a mesa onde ele colocou o vinho e os bombons, sentindo seu olhar fixo em mim.

𝐀𝐃𝐔𝐋𝐓É𝐑𝐈𝐎. - 𝐑𝐀𝐏𝐇𝐀𝐄𝐋 𝐕𝐄𝐈𝐆𝐀.Onde histórias criam vida. Descubra agora