026. SONHO.

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𝐀𝐍𝐈𝐓𝐀 𝐂𝐀𝐌𝐏𝐎𝐒

– JÁ VAI!!!

Grito quando os barulhos de batidas na porta são tão seguidos que minha cabeça começa a doer.

Que merda é essa? Isso são horas de tá fazendo esse barulho na porta da casa de alguém?

E eu nem preciso perguntar antes de abrir pra saber quem é.

– O que você pensa que tá fazendo? São quase três da manhã. — repreendo Raphael assim que abro a porta.

– Terminei. — é a única coisa que ele diz, a respiração super ofegante.

– Terminou o que, Raphael? — me faço, pensando em qual vai ser a brincadeira de mal gosto da vez.

– Terminei... — repete, passando por mim e entrando. – Terminei com a Bruna... A-acabei de fazer isso.

Fico em silêncio, o único barulho e do clique da porta fechando.

Ele terminou com a Bruna? Isso é sério?

– Por mim? — me vejo perguntar, a mão indo lentamente contra meu próprio peito.

– Não só por você, por nós. — se aproxima, devagar, os passos são largos e em segundos ele está bem perto. A respiração atingindo meu rosto e a mão cobre minha bochecha com uma delicadeza que nunca senti vinda dele antes. – Quero fazer do jeito certo agora. Só eu e você, e quem sabe um cachorro.

Soltamos uma risada baixa em sincronia.

Sinto meu corpo relaxar, mas ao mesmo tempo, há uma tensão no ar que não consigo decifrar. A mão dele ainda está na minha bochecha, o polegar traçando círculos suaves na minha pele. Sinto cada movimento como se fosse uma corrente elétrica me percorrendo, mas minha mente está em um turbilhão de pensamentos.

Por nós. Ele disse que terminou por nós.

As palavras circulam na minha cabeça como um eco distante, mas ainda assim, parece tão próximo. Quase como se tudo estivesse prestes a mudar, como se o mundo estivesse pronto para girar de forma diferente.

As mãos dele escorregam suavemente pelo meu rosto, descendo até a minha nuca, e eu involuntariamente me inclino ao toque, fechando os olhos.

– Chega de se esconder. Chega de ficar trocando carícias em qualquer beco escuro... — a voz dele soa rouca, carregada de algo que não consigo identificar. Algo... novo.

Abro os olhos e o encontro olhando para mim com uma intensidade que me faz tremer. Ele está tão perto agora que o calor do corpo dele quase me sufoca, mas não de um jeito ruim. De um jeito que me faz querer me afundar ali, esquecer de tudo e todos.

Minhas mãos sobem instintivamente, encontrando o peito dele, sentindo o batimento forte e acelerado debaixo da pele quente. Ele não diz nada, apenas observa, como se esperasse algo de mim, uma resposta, um gesto. Qualquer coisa.

– Não sei o que dizer. — murmuro, a voz saindo mais fraca do que eu pretendia.

– Não precisa dizer nada. — ele responde, a mão dele agora segurando minha cintura, me puxando para ainda mais perto.

Minhas pernas parecem fraquejar, e não sei se é pela proximidade ou pelo peso da situação. Raphael, o cara que sempre pareceu inatingível, que nunca fazia promessas, agora estava aqui, fazendo a maior de todas. Mas será que eu consigo acreditar? Será que ele realmente...

𝐀𝐃𝐔𝐋𝐓É𝐑𝐈𝐎. - 𝐑𝐀𝐏𝐇𝐀𝐄𝐋 𝐕𝐄𝐈𝐆𝐀.Onde histórias criam vida. Descubra agora