Meta: 200 comentários
𝐑𝐀𝐏𝐇𝐀𝐄𝐋 𝐕𝐄𝐈𝐆𝐀
E pela segunda vez, "quase" consecutiva – porque considerando que da última vez não tem muito tempo, pra mim é como se fosse um atrás do outro –, dormimos juntos.
Dessa vez sem acordar com ela longe de mim. Pelo contrário, estamos até perto demais. O cheiro dos fios loiros dela quase tomam conta da minha noção pela manhã. Estamos encaixados, meu braço cobre a cintura dela, e sinto a respiração dela sincronizada contra o meu peito.
Abro os olhos devagar, ainda meio grogue, mas a sensação dela tão próxima a mim traz um conforto inesperado. Não sou de acordar assim, com alguém tão colado a mim, especialmente depois de uma noite que deveria ser só mais uma entre tantas. Mas aqui estamos, enlaçados como se fosse a coisa mais natural do mundo.
Respiro fundo, tentando não me mexer muito para não acordá-la. O cheiro do cabelo dela, ainda com o perfume suave, invade meus sentidos, misturando-se com o calor dos nossos corpos. Nunca imaginei que esse cheiro pudesse ser tão viciante. Sinto meu peito subir e descer em sincronia com a respiração dela, e por um momento, tudo lá fora deixa de importar. Não há problemas, não há complicações. Só há a paz de um amanhecer em que tudo parece no lugar certo.
Mas aí, começa a inquietação. Essa proximidade não deveria ser confortável. Eu sempre tentei manter as coisas simples e distantes, mas agora que sinto o peso do corpo dela contra o meu, é difícil lembrar qual o motivo de termos parado aqui.
Minha mente começa a correr em várias direções, questionando onde isso vai dar, mas ao mesmo tempo, parte de mim não quer que o momento acabe.
Mas sei que não posso me permitir simplesmente aproveitar o momento. Preciso pensar, me afastar antes que esse conforto vire algo mais complicado do que já é.
Com cuidado, começo a deslizar o braço da cintura dela, tentando sair sem acordá-la. Mas, meus dedos demoram mais do que deveriam na pele de Anita, apreciando o toque macio antes de finalmente me levantar.
Olho para ela ainda deitada, o rosto calmo, sereno, como se não tivesse uma preocupação no mundo. Me pergunto se ela sabe o quanto isso mexe comigo, se faz de propósito ou se simplesmente é assim. Esfrego o rosto, tentando afastar os pensamentos que começam a invadir.
Pego minhas coisas espalhadas pelo chão, em silêncio. Sei que preciso sair antes que ela acorde e comece a fazer perguntas, ou pior, antes que eu mesmo comece a questionar demais o que está acontecendo.
Mas não posso. Não devo pensar muito.
Abro a porta do quarto com cuidado, tentando não acordar Anita, mas, assim que saio do quarto, sou recebido pelo cheiro de café fresco e uma figura inesperada na cozinha.
Luísa está ali, na bancada, mexendo uma colher dentro da caneca com um olhar que me atravessa. Ótimo, a última pessoa que eu queria ver logo de manhã.
– Olha só quem resolveu aparecer cedo, o príncipe encantado. — ela diz, sem sequer me olhar, mas com o tom de voz que deixa claro o sarcasmo.
– Bom dia pra você também, Luísa. Não sabia que tinha virado a dona da casa. — retruco, tentando manter o tom casual, mas não consigo esconder a ponta de irritação.
– Alguém precisa cuidar dela, já que você só aparece pra bagunçar a vida da minha amiga. — ela responde, agora me encarando diretamente.
– Se eu soubesse que você tava aqui, tinha saído pela janela. — brinco, mesmo que parte de mim pense seriamente nisso.

VOCÊ ESTÁ LENDO
𝐀𝐃𝐔𝐋𝐓É𝐑𝐈𝐎. - 𝐑𝐀𝐏𝐇𝐀𝐄𝐋 𝐕𝐄𝐈𝐆𝐀.
FanfictionAnita vive uma relação intensa e escondida com o jogador Raphael Veiga, o 'santo' que todos acham ser o cara perfeito. Mas, por trás dessa fachada impecável, existem mentiras que ela conhece muito bem... e lida muito bem também. Talvez seja isso qu...