𝐀𝐃𝐔𝐋𝐓É𝐑𝐈𝐎. - 𝐑𝐀𝐏𝐇𝐀𝐄𝐋 𝐕𝐄𝐈𝐆𝐀.

006. SILÊNCIO NA ADEGA.

Meta: 120 comentários.

🔞

𝐀𝐍𝐈𝐓𝐀 𝐂𝐀𝐌𝐏𝐎𝐒

Aquela cena ali me irrita profundamente. Ele, com seu sorriso encantador, e ela, com os olhos brilhando de admiração. Os dois juntos, como se fossem o par perfeito. Argh!!!

Juro que não foi isso que pedi a Deus quando desejei que minha vida saísse da rotina. Não era para me envolver em um "triângulo amoroso", onde cada olhar trocado entre eles é uma punhalada no meu coração. Mas aqui estou eu, presa nesse inferno por causa de uma noite em que fui fodida da maneira que eu nunca fui antes.

É... Já dizia minha amiga Luísa; "Amor de pica é o mais humilhante"

Mas, porra, como eu ia adivinhar que a minha pica vem amarrada em um cara tão sem graça? Tipo, o Raphael Veiga mano, ele é zero meu tipo.

Sempre fui maria pretinho, e fui me apegar em um dos caras mais sem graças do elenco. Nem pra ser o Richard Ríos, ou o Piquerez, se bem que esse depois daquele vídeo... Deixa pra lá. Vamos focar no meu problema.

Estou cobrindo a despedida do Endrick, e apesar do jogo contra o San Lorenzo dias antes ter sido uma bosta, o elenco decidiu vim pra casa do Gustavo Gomez e fazer uma confraternização entre eles.

Aqui estou, cercada por risadas e brindes, mas o único som que ecoa na minha mente é da sua voz, eco das suas risadas, a pré sensação do seu toque. Cada segundo perto de Raphael é uma tortura. Eu sabia que ter deixado aquilo continuar acontecendo ia virar meu mundo de cabeça pra baixo, mas nunca imaginei que fosse ter uma sequência, um esquema do tipo alerta quando alguém está por perto e pode nos flagrar.

Aceitar ser amante ninguém aceita. E sair disso, é pior do que vocês imaginam.

– Loira! — a esposa de Gustavo me chama. – Vai lá na adega e pega um vinhozinho pra gente, por favor.

– Pego sim, aonde fica? — pergunto, já me levantando da cadeira.

– Fica no fim do corredor da cozinha, na porta de frente. — aponta pro lugar.

– Tá bom, já volto. — apoio a câmera que estava ao redor do meu pescoço no centro da mesa.

Assim que me vi sozinha no corredor escuro, sinto um arrepio percorrer minha espinha. Mas antes que eu possa dar um passo à frente, uma mão firme segura meu braço. Me viro para encontrar Raphael, com um olhar intenso que queima minha pele.

– Precisamos conversar. — sua voz é um sussurro, cheio de urgência.

E antes que eu possa responder, ele me puxa para dentro da adega escura, fechando a porta atrás de nós. O cheiro de vinho e o silêncio pesado nos envolvem enquanto nos encontramos presos em um espaço pequeno.

Conhecendo o lugar melhor do que eu, Raphael acende a luz.

– Eu não tenho nada pra conversar com você. — cruzo os braços. Sinto o pano do meu vestido subir um pouco com o movimento e os olhos dele descem pras minhas pernas.

– Gostei da sua roupa. — me olha sobre os cílios. – Facinho de tirar.

Os lábios dele formam um sorrisinho de canto enquanto eu reviro os olhos e ajeito o vestido.

– Sério cara, você não cansa de ser um idiota?

– Pra que essa agressividade, loirinha? Não era assim que você tava falando comigo a alguns dias atrás. — dá um passo pra frente e eu dou um pra trás. – Tá nervosinha porque a Bru tá aqui?