022. DR.

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𝐑𝐀𝐏𝐇𝐀𝐄𝐋 𝐕𝐄𝐈𝐆𝐀

Tem 2 minutos que isso tá acontecendo, mas pra mim parece uma eternidade. Muitas coisas me incomodam, e uma delas é a lentidão que Bruna senta em mim.

Caralho, ela acha que eu sou o que? Que vou gozar com segundos? Ou pior, que vou gozar com isso?

– Porra, não fode... — literalmente. Perco a paciência e giro ela, de quatro, estalando um tapa em sua bunda de pura raiva.

– Ai, Raphael. — não sei se foi um gemido, ou uma repreensão, mas pra evitar qualquer tipo de coisa forçada, eu não bato mais.

Mas em compensação, me afundo com vontade, até o fundo, recebendo um gemido fino em troca e suas mãos afundadas no lençol.

Aumento o ritmo, ainda menor do que eu realmente gostaria, mas sei que se passar um pouco do limite vai estar desconfortável pra ela.

Fecho os olhos, tento me concentrar no que faço. E aparentemente, faço isso bem, porque os gemidos aumentam, e o prazer me atinge pela primeira vez - com ela - hoje.

Curvo meu corpo, cercando qualquer tentativa de ação de Bruna com o meu, controlando o ritmo e o ângulo. Ela tenta se mover, mas eu seguro firme, mantendo o controle. Meu foco é total, mas não é o que eu esperava. Ela geme, seus sons são altos, quase desesperados, mas algo ainda me falta.

Fecho os olhos, tentando me perder no momento, ela se entrega, mas é uma entrega calma, sem a adrenalina que me faz perder o controle, sem a faísca que me faz querer mais.

Por outro lado... Só de pensar na maldita, meu corpo reage. A tensão, a resistência que ela me dá, o fogo que ela acende em mim, tudo é diferente. Sei que não deveria comparar, sei que estou me enterrando mais fundo nessa merda ao fazer isso, mas é impossível não sentir essa diferença.

Com Anita, cada movimento, cada palavra é um jogo de poder, uma luta constante que me mantém no limite. E é isso que eu quero, essa adrenalina, essa intensidade que só ela me proporciona.

Acelero os movimentos, tentando encontrar a mesma excitação, tentando forçar meu corpo a responder ao toque de Bruna como ele responde ao de Anita. Ela geme mais alto, seus dedos apertam os lençóis com força, mas ainda assim, estou mais perdido em meus pensamentos do que presente no momento.

Não é justo, nem para ela, nem para mim. Mas aqui estou, preso entre duas realidades, tentando extrair prazer onde antes havia apenas frustração.

Ela grita meu nome, perdendo o controle. Eu tapo sua boca com uma das mãos, sufocando o som do seu grito. A última coisa que preciso agora é que sua voz me tire do pouco foco que ainda me resta. Mas a vibração do telefone no móvel ao lado da cama desvia minha atenção instantaneamente. Olho para a tela e meu coração dá um salto.

Anita.

Porra, justo agora? Sinto um nó de ansiedade se formar no meu peito, o tipo de nervosismo que vem com a sensação de estar prestes a ser pego. Parece até que os papéis se inverteram, e Bruna é a amante que eu tenho que esconder, enquanto Anita está prestes a descobrir tudo.

– Desliga essa merda, Raphael. — Bruna murmura, a voz abafada contra a cama. Tento decidir o que fazer, mas a mente corre a mil. Cada segundo que passa sem que eu atenda só aumenta a tensão.

Antes que Bruna consiga se virar, eu afundo seu rosto contra o travesseiro com a mão que estava tapando sua boca, impedindo que ela levante a cabeça e veja o nome salvo na tela. O telefone continua vibrando, e tudo dentro de mim quer parar e atender. Sinto o corpo de Bruna tremendo abaixo de mim, já atingindo o ápice, mas minha mente está longe de encontrar o meu.

𝐀𝐃𝐔𝐋𝐓É𝐑𝐈𝐎. - 𝐑𝐀𝐏𝐇𝐀𝐄𝐋 𝐕𝐄𝐈𝐆𝐀.Onde histórias criam vida. Descubra agora