021. DESCARTÁVEL.

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𝐑𝐀𝐏𝐇𝐀𝐄𝐋 𝐕𝐄𝐈𝐆𝐀

– Você sabe que eu não cai nessa história de brincadeira né!? — Bruna me questiona enquanto eu dirijo em direção a minha casa.

– E o que você quer que eu faça? Implore pra que acredite em mim? Faça me o favor. — reviro os olhos, já não aguentando mais tantos questionamentos desde a hora que entramos nesse carro.

Não querendo parecer babaca, mas já sendo. O que ela espera que eu diga? Minha situação é completamente fora de justificativas. Ela literalmente me pegou ajoelhado aos pés de outra mulher.

Que mulher no mundo levaria isso numa boa? Ou melhor, refazendo a pergunta; Que homem escaparia de uma bela dr depois dessa?

– Você realmente acha que pode simplesmente ignorar o que aconteceu e que isso vai desaparecer? — Bruna pergunta, a voz carregada de frustração. – Você estava ajoelhado diante de outra mulher, Raphael! Como é que você espera que eu aceite isso?

Eu não consigo mais ouvir o tom acusatório dela. É uma porrada atrás da outra, e eu já estou no meu limite. Não tenho mais paciência pra discussões que só me fazem sentir mais culpado. O que eu posso dizer? "Desculpe, foi um erro, e não vou fazer de novo"? Isso não vai consertar nada.

– Não quero discutir mais sobre isso. — respondo, minha voz tensa. – Vamos só chegar em casa.

A tensão no carro é quase palpável. Bruna continua resmungando, suas palavras ecoando na minha mente, mas eu decido ignorar. Assim que chegamos em casa, o peso da situação é quase insuportável.

Ao entrar na sala, Bruna continua a me dar uma lição de moral, mas eu sinto uma urgência em interromper o fluxo interminável de palavras. Pego o rosto dela nas minhas mãos e a beijo. O beijo é impetuoso, mas cheio de um desejo intenso de acalmar as coisas.

Meus lábios pressionam os dela com força, e sinto a surpresa dela antes de ela corresponder. Minhas mãos deslizam até a nuca dela, puxando-a para mais perto, enquanto a língua dela se entrelaça com a minha. Sinto o calor dela, o gosto dela, e isso me faz esquecer por um momento o caos que é nosso relacionamento.

Os lábios dela se movem contra os meus com uma intensidade que diz mais do que palavras poderiam expressar. A frustração e a dor se dissipam momentaneamente, substituídas por um desejo de reconciliação. Dá parte dela.

Quando finalmente nos afastamos, nossos lábios ainda estão ligeiramente entrelaçados. Ela parece um pouco atordoada, meio surpresa com a maneira que eu a beijei.

– Vamos resolver isso depois, ou melhor, de outra forma. — digo, minha voz carregada com um tom decidido.

Bruna me olha, confusa, e eu posso ver a frustração e a curiosidade misturadas em seus olhos. Eu sei que fazer amor com ela pode ser a única maneira de calar sua boca e, mais importante, de sair ileso dessa situação. Sem expor nem eu, e muito menos a Anita.

– A gente não tem feito isso há um tempo. — continuo, tentando manter a calma. – E, sinceramente, é o que vai fazer você esquecer de tudo isso, por um tempo. Não quero que a nossa discussão seja o que fica na sua cabeça.

O desejo de evitar mais uma discussão é evidente. Eu sei que a melhor maneira de suavizar a situação é levando-a para o quarto e fazer com que ela se concentre em me sentir dentro dela.

– E, sejamos honestos — digo, desfivelando meu cinto. – Faz muito tempo que você tá precisando que eu cale essa sua boca com a porra do meu pau.

𝐀𝐃𝐔𝐋𝐓É𝐑𝐈𝐎. - 𝐑𝐀𝐏𝐇𝐀𝐄𝐋 𝐕𝐄𝐈𝐆𝐀.Onde histórias criam vida. Descubra agora