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𝐀𝐍𝐈𝐓𝐀 𝐂𝐀𝐌𝐏𝐎𝐒
Odeio o jeito que ele faz eu me sentir culpada. Como Raphael pode dizer que por não saber o que sinto ele não pode ae decidir?
Vai se fuder, quem está errado nessa história não sou eu. Eu não tenho que decidir nada. Demonstrar nada. Não tenho namorado. Não amo ninguém além de mim mesma... Então por que porra eu tô chorando desse jeito?
Parece que perdi uma parte de mim, mas ao mesmo tempo, estou leve por finalmente conseguir desabar. Matheus me abraça, acaricia minhas costas tentando me acalmar, mas não consegui, tudo parece inútil, e pela primeira vez eu sinto falta dele. Do toque. Do pouco do cuidado que ele me dava.
Caramba, que ódio.
– Por que ele fala como se fosse culpa minha? Por que ele não assume gosta de mim, mas não o suficiente pra me fazer única?
– Tenta parar de chorar primeiro Anita, depois você pensa nessas coisas. — tenta me acalmar.
– Eu não quero pensar, Matheus. Não quero, eu sei que vou chorar bastante, sei que vou perceber que fiz a maior burrada da minha vida.
Matheus continua me abraçando, os dedos dele passeando pelas minhas costas de um jeito que deveria ser reconfortante, mas não é o suficiente. Não agora. As lágrimas insistem em descer, pesadas e quentes.
– Você assumir que ama o Raphael já vai ser um início — ele diz, a voz saindo com dificuldade da garganta, quase como se não quisesse falar.
Eu paro, os soluços diminuindo, mas não porque me acalmei. É pelo choque.
Amar? Eu, amar o Raphael? A ideia parece absurda... mas será? Será que é isso que me assusta tanto?
Só de pensar nessa possibilidade, um calafrio sobe pela minha espinha. Amor? Eu nunca fui do tipo que acredita nessas coisas, nunca senti nada parecido por ninguém. Sempre me orgulhei disso. E agora, me vejo aqui, destroçada por alguém que sequer deveria ter importância suficiente pra me fazer chorar.
A imagem de Raphael surge na minha mente, e meu coração dá um salto doloroso. A forma como ele me olha quando estamos sozinhos, os toques dele, às vezes gentis, às vezes possessivos. A maneira como ele sorri de canto, como se soubesse exatamente o efeito que tem sobre mim. O jeito que ele me puxa pra perto, como se o mundo lá fora não importasse, como se naquele momento, eu fosse a única coisa que ele enxergasse.
Mas então vem a outra parte, a que dói: ele nunca me escolheu por completo.
Raphael sempre foi dividido, sempre teve uma outra vida que nunca quis abandonar. E eu... Eu sempre estive disposta a aceitar menos, a ser apenas uma parte, nunca o todo. Eu me permiti ficar à margem, e agora estou aqui, despedaçada.
Amar? Se isso for amor, é uma droga de sentimento.
Amar o Raphael? Isso me assusta. Porque, se eu amar alguém como ele... o que eu vou ganhar? O que ele pode me oferecer além dessa bagunça? Ele nunca vai me escolher, não de verdade. E eu vou continuar nessa espiral, presa em algo que nunca será completo.
A ideia de amar alguém pela primeira vez, e esse alguém ser o Raphael, me dá uma sensação de desespero. Porque amar deveria ser bom, certo? Mas, se eu estou amando, por que dói tanto?
Eu solto um suspiro trêmulo, enxugando as lágrimas que ainda caem.
– Não sei, Matheus. Eu não sei se é isso. Talvez seja pior do que amor... Talvez seja dependência.

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𝐀𝐃𝐔𝐋𝐓É𝐑𝐈𝐎. - 𝐑𝐀𝐏𝐇𝐀𝐄𝐋 𝐕𝐄𝐈𝐆𝐀.
FanfictionAnita vive uma relação intensa e escondida com o jogador Raphael Veiga, o 'santo' que todos acham ser o cara perfeito. Mas, por trás dessa fachada impecável, existem mentiras que ela conhece muito bem... e lida muito bem também. Talvez seja isso qu...