014. MEU?

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𝐀𝐍𝐈𝐓𝐀 𝐂𝐀𝐌𝐏𝐎𝐒

A sensação do líquido quente escorrendo pelo meu rosto é uma mistura de humilhação e poder. Raphael me olha com uma intensidade que faz minha pele arrepiar. Tento controlar a respiração, mas meu coração ainda bate acelerado.

Sinto o gosto doce na boca, mas mantenho o olhar fixo no dele. Há algo incrivelmente íntimo nesse momento, algo que transcende o mero desejo físico. Ele não está apenas me possuindo; está reivindicando algo mais, algo que ambos sabemos que não podemos ter totalmente.

Ele se afasta um pouco, ainda recuperando o fôlego. Passo a língua pelos lábios, saboreando até a última gota. A calcinha, que agora está frouxa ao redor dos meus pulsos, me lembra da vulnerabilidade e do controle que ele exerceu sobre mim.

– Vai querer guardar de lembrança? — ofereço pra ele a calcinha que estava no meus pulsos a segundos atrás.

Ele me olha, os olhos ainda escurecidos pela intensidade do que acabou de fazer.

– Me dá. — entrego na mão dele e ele guarda no bolso

Passo pro banco da frente do carro, sentindo o ar frio do ar condicionado me atingir só agora. Raphael vem logo atrás de mim, ajeitando a roupa. Dou uma última olhada em seu rosto antes de me virar e começar a me limpar. Sinto seu olhar queimando em mim enquanto passo um pano qualquer que achei no carro em meu rosto, limpando a bagunça dele.

E pensar que Luísa me questiona quase todos os dias sobre o que o Raphael tem demais. Apesar da cara de santinho, esse filho da puta sabe muito bem o que faz.

E isso fica bem claro quando eu estou aqui, tentando parar de tremer enquanto limpo meu rosto olhando no espelho retrovisor.

– Já sabe com que cara vai aparecer no CT amanhã depois do seu surto hoje na frente de todo mundo? — digo, tentando trazer algum controle à minha voz. Mas é impossível. Ainda estou latejando e meu corpo inteiro virou um campo minado de sensações das mãos de Raphael.

Ele solta uma risada baixa, os olhos ainda brilhando.

– Puff.. — bufa. – Com eles eu me viro.

– Se vira como? Vai ameaçar? — debocho, terminando de me limpar e ajeitando a roupa.

Ele me observa, seus olhos seguindo cada movimento meu. É um olhar possessivo, mas também algo mais. Algo que nunca consigo decifrar completamente.

– Não se preocupa com isso, foca em limpar a bagunça que eu fiz com você. — gira a chave do carro e o liga.

O ronco do motor preenche o silêncio entre nós. Sinto o peso do olhar dele em mim enquanto termino de me ajeitar, tentando ignorar a tremedeira que ainda persiste nas minhas mãos.

– Você sempre tem uma resposta pra tudo, né? — murmuro.

– E você sempre tem uma pergunta idiota. — ele responde, um sorriso arrogante brincando nos lábios.

Reviro os olhos, mas não consigo evitar um pequeno sorriso por saber que consigo levar ele do céu ao inferno rápido demais.

– Vou te deixar na sua casa antes que eu me arrependa... — ele diz finalmente, a voz recuperando um pouco da firmeza habitual.

– Claro, chefe. — respondo com um sorriso provocante, sabendo que estou irritando ele ainda mais.

Raphael revira os olhos, mas há um pequeno sorriso em seus lábios. Um sorriso que me diz que, por mais que a gente brigue, provoque e se desafie, há algo inegavelmente forte rolando. Algo que nenhum de nós está disposto a assumir.

𝐀𝐃𝐔𝐋𝐓É𝐑𝐈𝐎. - 𝐑𝐀𝐏𝐇𝐀𝐄𝐋 𝐕𝐄𝐈𝐆𝐀.Onde histórias criam vida. Descubra agora