009. VARINHA.

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𝐀𝐍𝐈𝐓𝐀 𝐂𝐀𝐌𝐏𝐎𝐒

A vista que eu vejo quando saio do trabalho é digna de filme que a gente só assiste pelo protagonista gostoso. Raphael ali, com a camisa jogada no ombro, as duas mãos apoiadas no capô do carro aberto e a pele reluzente em suor.

– Ui chuchu, se eu soubesse que você tava aqui assim, tinha saído antes. — me aproximo, não negando a secada que eu dei pelo corpo inteiro dele.

Veiga me lança um olhar e depois confere ao redor se ninguém ouviu.

– Não chega assim, Anita. E se alguém te escuta?

Eu dou uma risadinha, percebendo o tom de preocupação na voz dele, mas não consigo evitar. Me aproximo ainda mais, sentindo o calor que emana dele e do motor do carro.

– Desculpa, é que eu não sei lidar com um gostoso e ficar caladinha. — sussurro, provocativa.

Ele revira os olhos, mas não esconde o sorriso que se forma nos lábios.

– Tá aí uma coisa que você realmente não consegue... — se endireita e pega um pano para limpar as mãos. – Ficar caladinha.

Solto uma risada e dou mais alguns passos pra frente, ficando lado a lado, o calor que ele emana pelo esforço chega até mim e eu começo a ficar ofegante também.

– Nada que uma mordida na fronha do travesseiro não resolva né!?

Veiga, mais uma vez, parece preocupado com seu redor, e ele dá uma conferida antes de chegar mais perto.

– Acho que da próxima vez seria interessante tampar sua boca com algo melhor. Não acha?

– É mesmo? — digo, dando um passo mais perto, até que quase não há espaço entre nós. – E o que você tem em mente, Raphael?

Ele engole em seco, mas mantém o olhar firme no meu.

– Eu tenho algumas ideias — responde, a voz ficando mais rouca. – Mas talvez não sejam apropriadas para o estacionamento do trabalho.

– Quem disse que eu gosto de coisas apropriadas? — provoco, passando um dedo pelo braço dele, sentindo os músculos tensos sob a pele suada. – Você, mais do que ninguém daqui, sabe muito bem que estou longe de ser a mocinha da história.

Veiga solta um suspiro, claramente lutando contra o desejo.

– Anita, você vai me fazer perder a cabeça... — ele murmura, se aproximando ainda mais, nossos lábios quase se tocando.

Eu dou um passo para trás, um sorriso brincando em meus lábios.

– É verdade — digo, lançando um olhar provocativo. – Você tem razão, estamos no ambiente de trabalho.

Veiga suspira de frustração, passando a mão pelos cabelos em um gesto impaciente.

– Você gosta de me torturar, não é? — ele diz, balançando a cabeça com um meio sorriso.

– Só um pouco — respondo, juntando as pontas dos dedos em um gesto que faz ele rir. – Então, o que aconteceu com o carro?

– Está superaquecendo. Acho que é o radiador, mas não tenho certeza. — ele olha para o veículo com um olhar de preocupação.

– Quer uma carona na minha moto? — ofereço, sabendo muito bem a resposta que ele daria.

Veiga balança a cabeça, o sorriso voltando aos seus lábios.

𝐀𝐃𝐔𝐋𝐓É𝐑𝐈𝐎. - 𝐑𝐀𝐏𝐇𝐀𝐄𝐋 𝐕𝐄𝐈𝐆𝐀.Onde histórias criam vida. Descubra agora