016. MULHERES...

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𝐑𝐀𝐏𝐇𝐀𝐄𝐋 𝐕𝐄𝐈𝐆𝐀

O cheiro predominante de Anita fica na cama, nem parece que ela foi embora bem cedinho, tentando fazer o mínimo de barulho possível pra que eu não ouvisse. Mas era impossível não sentir falta dela na cama, do calor do seu corpo, das mãos acariciando meu cabelo... Nossa, não consigo tirar a sensação que tudo isso me deu ao ponto de ter uma das melhores noites de sono da minha vida após anos.

Me espreguiço na cama, abrindo os braços e soltando um bocejo alto pelo quarto. Olho pro lençol ao meu lado ainda amassado pelo corpo dela, me viro de bruços e inspiro sobre a sensação do seu corpo ter saído a poucas horas dali.

– Maldita! — murmuro, soltando uma risada baixa e rouca.

Levanto da cama, ainda sentindo o cheiro dela impregnado nas minhas narinas, e caminho até o banheiro, tentando encontrar alguma normalidade na rotina matinal. Quando abro a porta, sou surpreendido por uma mensagem no espelho, escrita com batom vermelho.

"Eu te avisei pra não esperar me ver quando acordasse... Bom dia, chuchu. Obrigado pela noite." E um coração desenhado ao lado.

Sorrio, sentindo uma mistura de emoções. Ela sempre sabe como me surpreender. Passo a mão pelo cabelo, ainda rindo da criatividade dela, e ligo o chuveiro. A água quente começa a cair, relaxando meus músculos e ajudando a despertar completamente.

Enxáguo o cabelo e passo a mão pelo rosto, ainda sorrindo com a lembrança da mensagem no espelho. Lavo só o necessário e saio do banho mais desperto, pronto para enfrentar mais uma semana.

Estou tão relaxado que sinto meu corpo inteiro molengo enquanto ando até a cozinha e preparo um café pra mim, aproveito do momento pra checar meu celular. Rolo pelo Instagram, Twitter, e por último o Whatsapp. As notificações presentes já eram esperadas, Bruna, Gabriel meu irmão, mensagem de um bom dia abençoado de mamãe, cobranças... Enfim, nada interessante.

Termino meu café, pego as chaves do carro e saio de casa. No caminho para o treino, ligo o rádio e deixo o sertanejo tomar conta do ambiente. As letras falam de amor, saudade e noites calmas, combinando perfeitamente com meu humor.

Sorrio enquanto canto junto, dirigindo pelas ruas da cidade ainda tranquilas na manhã de segunda-feira.

Chego ao centro de treinamento e estaciono o carro, caminho até o vestiário, cumprimentando os colegas que encontro pelo caminho, todos parecendo um pouco mais animados do que o normal, ou talvez eu esteja tão leve que o mal humor dos outros não me afete, sei lá.

Ao entrar no vestiário, noto que a conversa entre meus amigos se cala abruptamente. Eles trocam olhares e um sorrisinho de canto, claramente o assunto chegou.

Coloco minha mochila no banco e olho pra eles, levantando uma sobrancelha.

– Quem quer começar perguntando primeiro? — pergunto, já sabendo exatamente oque eles querem saber.

Eles começam a falar juntos, igual quando a mãe pega os irmãos fazendo coisa errada e eles tentam se defender a todo custo.

– Gente, calma... Um de cada vez. — faço um gesto de calma com as mãos.

– A quanto tempo isso tava rolando? — Richard é mais rápido.

– Sei lá... — me aproximo deles e me sento sobre a bancada do meio. – Meses, talvez um ano... Nunca parei pra contar.

Pô, agora o Richard deixou uma pulga atrás da minha orelha. A quanto tempo eu e a Anita estamos isso? Nunca fui bom com datas, mas seria interessante fazer às contas.

𝐀𝐃𝐔𝐋𝐓É𝐑𝐈𝐎. - 𝐑𝐀𝐏𝐇𝐀𝐄𝐋 𝐕𝐄𝐈𝐆𝐀.Onde histórias criam vida. Descubra agora