007. LEVINHA.

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𝐀𝐍𝐈𝐓𝐀 𝐂𝐀𝐌𝐏𝐎𝐒

Que o Raphael não vale nada acho que já ficou bem claro pra todo mundo, mas que ele continua sendo gentil mesmo fazendo algo errado me deixa meio... Mexida?

Essa cena aqui por mais que seja o mínimo, é rara entre homens. Ele está agachado, me limpando com a própria blusa de frio, ajeitando meu vestido e dando um beijinho de leve no meu ombro quando termina de voltar tudo pro lugar antes de me bagunçar inteirar.

– Prontinho. — ele diz com um sorriso travesso, me olhando nos olhos. – Ninguém vai suspeitar de nada.

Eu tento arrumar o cabelo com os dedos, ainda sentindo o resquício do prazer recente em meu corpo.

– É bom você começar a rezar pra sua querida não ter ouvido meus gemidos. — ajeito meu cabelo sobre os ombros.

– Se ela ouviu, o problema é todo seu, loirinha. — ele ajeita meu cabelo para trás da orelha. – Eu disse que ia no banheiro.

Solto uma gargalhada, quase perdendo o equilíbrio.

– Não é possível que essa garota seja tão burra assim. Ela é, no mínimo, sonsa. Já aceitou ser corna mansa.

– Anita... — ele me repreende.

– O quê? Eu menti?

Raphael suspira, parecendo um pouco frustrado.

– Ninguém merece isso. — ele diz, mas há um tom de resignação em sua voz.

– Então, por que você continua com ela? — pergunto.

Ele hesita, desviando o olhar.

– Porque é complicado. E você sabe disso.

– Sei. Sei que você gosta do conforto de não ter que se explicar pra ninguém. — digo, sentindo um misto de pena e raiva. – Mas uma hora, Raphael, isso vai acabar te custando caro.

Ele não responde, apenas me encara com aqueles olhos intensos. E por um momento, sinto uma pontada de tristeza. Porque sei que, apesar de tudo, estamos presos em um ciclo que parece impossível de quebrar.

– Pega o vinho e saí primeiro. — me entrega dois vinhos na mão. – Eu... Eu vou dar um jeito na bagunça que ficou aqui.

– Que tal começar a dar um jeito na bagunça que tá aqui também!? — aponto pra minha cabeça.

– Para de falar como se você fosse uma santa também. — responde, mais rude dessa vez.

– Eu não sou santa mesmo, Raphael. Mas nessa história, você perde muito mais coisa do que eu.

– Então, você tá assumindo que está nisso por que quer? — ele se aproxima, dando passos em minha direção.

– Nunca disse ao contrário. — ando em sua direção também. – Do mesmo jeito que você se diverte, eu me divirto também. Ou você acha que eu continuaria com isso se você fosse um cara broxante?

Ele arquea as sombrancelhas, e faz uma expressão de quem não esperava ouvir oque ouviu.

– Está divertido pra mim e enquanto estiver, eu vou continuar... — dou mais alguns passos em sua direção. – Quando não estiver, sabe o que eu vou fazer né!?

– Sumir!?

– Também, mas... — estamos muito próximos agora, não consigo nem distinguir o que é a respiração dele ou o que é a minha. – Antes vai ser divertido acabar com seu casamento de pote de margarina. — estalo a língua no céu da boca.

𝐀𝐃𝐔𝐋𝐓É𝐑𝐈𝐎. - 𝐑𝐀𝐏𝐇𝐀𝐄𝐋 𝐕𝐄𝐈𝐆𝐀.Onde histórias criam vida. Descubra agora