Cap 36 - Queria me jogar

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Kaylee Roy

Dou mais alguns socos, desvio de ataques, dou joelhadas, simulo rasteiras, dou chutes.

— Porra. — digo apoiando os braços no joelho enquanto respiro pesadamente.

Tudo dói mais do que o normal, parece mais cansativo. Mas eu já estou me recuperando da maioria das feridas, os cortes grandes e as queimaduras devem levar mais algum tempo, mas eu vou começar a aplicar a pomada cicatrizante em tudo e tentar recuperar o que da de mim.

Eu nem deveria fazer tanto esforço nesse estado mas eu já estou começando a ficar farta de viver uma vida de ouro. Mal se passaram dois dias e eu já não suporto.

Hoje é quarta, amanhã é noite de festa no palácio de sangue. Abano a cabeça tirando a ideia da cabeça. Eu não quero ver ninguém. Eu não estou pronta.

Olho para o saco de pancada ainda balançando um pouco antes de analisar o resto do ginásio dessa casa. Tem um boneco para luta também e um boneco de madeira, tem uma área que parece um estúdio de dança e alguns equipamentos para treino.

Pego a minha toalha e limpo o rosto antes de andar para fora, passo pelo quintal, o Sol se pós a cerca uma hora. Entro na casa e vou para o meu quarto. Tomo um banho rápido e fico na cama lendo um dos livros de fantasia.

É fácil me perder em um mundo além desse quando a vida parece complicada demais.

(....)

Eu devo ter lido umas cinquenta das duzentas páginas quando alguém bate na minha porta.

— Pode abrir. — digo enrolada nos cobertas tentando me focar nas linhas.

— O jantar está pronto, senhorita Kaylee.

— Ta bem, SA. — eu digo.

Ela fecha a porta, volto a ler mais um pouco antes de deixar o livro e levantar da minha cama. Olho para o que tenho vestido. Roupas casuais, shorts leves pretos e um moletom branco escrito Chicago em letras grandes.

Abro a porta e vou para baixo. Ando pelos corredores até chegar a área da cozinha, eu vi lá a mesa de jantar. Como é que isso funciona? Eles jantam sempre juntos? É tipo jantar em família.

Ouço a conversa e os risos conforme aproximo. Paro arrastando alguns passos quando reconheço o meu irmão na mesa. Está ele, a minha mãe, o marido dela que eu ainda nem tinha conhecido e a Collen.

— Bom noite. — digo sem despregar os olhos do Aspen.

O que esse idiota faz aqui?

Sento a frente dele e cruzo os braços.

— Kaylee, que bom que finalmente apareceu, ontem não tivemos a chance de jantar juntos, mas hoje a gente tem. — diz a Christine parecendo animada — Esse é o meu marido Richard e Richard essa é a minha filha Kaylee.

Olho para o homem que parece ser apenas um pouco mais velho que a minha mãe.

— É um prazer finalmente conhecê-la. — ele diz.

— Geralmente eu sou mesmo uma pessoa maravilhosa, exceto claro, quando não sou. — sorrio, uma pitada de sarcasmo no sorriso.

— Ela é um doce. — diz o Aspen.

— Claro. — concordo.

— Boa noite. — ouço a voz do Gabriel atrás de mim — Desculpem o atraso, estava tomando banho.

Claro que estava.

— Sem problemas, a Kaylee também acabou de chegar. — diz a Collen — Eu nem sabia que você tinha um irmão.

Bad boys - AlvorecerOnde histórias criam vida. Descubra agora