Kaylee Roy
Eu tenho um herói? Um cavaleiro de armadura flamejante?
Não isso seria bem brega e engraçado.
— Oi. — seco as lágrimas nos meus olhos.
— Você sumiu, tá tudo bem? — o Gabriel pergunta.
— Você não estava falando com uma garota? Deveria voltar para a festa, garotas odeiam ser deixadas penduradas. — eu digo.
— Aquilo? Era uma amiga da faculdade. — ele diz — Estávamos discutindo sobre os professores mais aborrecidos.
Ele se aproxima com lentos e curtos passos.
— Ela parecia bem afim de você. — dou de ombros querendo que ele vá embora.
Vai logo atrás daquela garota. Porque ele não sai daqui?
— Já olhou para mim? Eu sou um charme, dezenas de garotas estão afim de mim. — ele diz.
— Nossa, quanta humildade. — eu digo.
— Estou mesmo sendo humilde eu poderia ficar falando sobre o quando eu sou maravilhoso o dia todo. — ele diz.
— Que os deuses da humildade o ajudem. — relaxo um pouco —O que nós meros mortais fizemos para ser agraciados com a presença de tal graça.
— Eu sou um presente mesmo. — ele diz parando do meu lado.
— Pois claro. — reviro os olhos.
— O que foi garota? — ele pergunta me analisando.
— A ressaca veio mais cedo hoje. — eu digo.
— Não é assim que a ressaca. — ele apoia o corpo na parede e desliza até o chão.
Faço o mesmo que ele e sento encarando o mar, a cidade rodeando o meu lado esquerdo e ele do meu lado direito.
— Então garota do nada. — ele diz — Qual é a sua verdadeira história?
Rio. — Quer ouvir a minha história?
— Eu fico curioso com o tipo de pessoa que você é, sem amigos, deixou a casa onde morava, solteira, pessoas que te querem matar e te arrastam para essas festas, as cicatrizes, é bonita, rica e um belo ponto de interrogação e sejamos sinceros, você está ansiosa para desabafar com uma cara como eu.
O Gabriel é chique, tranquilo, engraçado, bonito, ele é o tipo de cara que te convidaria para ir jogar tênis com uma camisa da polo, o tipo de cara que você veria em uma biblioteca ou em um café usando um pulôver com uma t-shirt branca por baixo, um cara que te levaria para ir escovar o pelo de cavalos e que te chamaria para um encontro chique. Talvez o cara perfeito ao ver de muitas garotas.
— Qual é o seu palpite? — eu pergunto.
— Calma, eu tenho um bom. — ele diz — Você é uma fugitiva da polícia que incendiou uma boate e agora tem pessoas más atrás de você e você pediu ajuda a sua mãe para se esconder enquanto mantém uma vida falsa na escola.
Faço uma careta e abano a cabeça. — Não é exatamente assim...
E aí fui eu contando toda a história da minha vida, exceto pelas partes em que beijei o Ryan ou a Vanessa. E agora que penso bem, porque raios eu fui ficar com esse cara? Falar tudo em voz alta me faz sentir como se eu tivesse síndrome do Estocolmo, mesmo que não esteja apaixonada por ele e nem nada.
— E você não está tentando matar ele? — o Gabriel pergunta — Depois dessa história eu mesmo ajudaria você, mas acho que você não precisaria de tanta ajuda assim né.
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Bad boys - Alvorecer
ActionVersão 1 "Me mate me destrua, faça o que quiser mas eu não me ajoelho para ninguém." Kaylee Roy, filha de um criminoso, irmã do chefe da gangue Las Serpentes, foi torturada e colocada em abstinência da própria gangue. Era suposto ser a segunda no co...