Cap 68 - Até o fim

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Algumas horas antes

Ryan Blanc

Eu sabia que a paz que tive durante aqueles dois meses não iria durar, mas agora o sofrimento está durando demais.

Sinto uma luz forte no meu rosto, eu mal estava dormindo. Como eu vou pegar no sono em um lugar desses? Como eu já tinha dito a muito tempo, quando o meu pai fica fodido comigo ele me da para os caras dele.

E parece que eles estão piores dessa vez.

Grito alto cerrando os punhos quando uma corrente de eletricidade passa pelo meu corpo. Porra. A minha pele ainda cheira a sal mas estou agradecido da água ter secado.

Abro os olhos. — Podiam ter dito para acordar. — rosno de raiva.

Meus pés tocam com mais firmeza o chão enquanto os meus braços continuam estendidos, presos pelas correntes.

— Até parece. — um deles diz antes de dar um trago no cigarro.

Os nomes estão uma confusão na minha cabeça agora. É mais fácil ir pelas características físicas agora.

— Ela quer ver você. — o loiro continua antes de soprar na minha direção.

— Diz a ela que vá para o inferno. — eu digo.

— Deixem-na entrar. — diz um cara barbudo e careca.

Ouço a porta atrás de mim ser aberta e o som de passos vindo na minha direção.

— Como é que você está? — a Celeste para a frente de mim.

Eu devo estar sujo de sangue, do meu próprio sangue. Mas ainda assim não é representação o suficiente para o quanto estou mergulhado em dor.

— Vai embora. — rosno.

Não é culpa dela eu estar aqui, pelo menos não totalmente. É culpa do meu pai. É sempre dele. Ele quer colocar a coleira em mim de novo. Ah, ele que tente.

— Dá-lhe o que ele quer. — ela diz.

— Você não entende. — eu rio de raiva — Ele não quer nada além de me destruir.

Ao contrário de como foi com a Kaylee ele não para se eu me render. Ele não liga. Ele só quer me arruinar mais. Me tornar um monstro insensível completo, como ele.

— Consegui fazer com que ele te soltasse com a desculpa de que você deveria estar bem quando chegasse a hora. — ela diz.

— Eu não quero nada de você e eu não vou casar com você. — eu digo.

— Acha que alguém mais liga para o que você quer? Ou você aceita ou continua aqui e espera a sua irmã se juntar a você, ela tem estado protegida com os seus amigos e aquela vadia, mas quanto mais acha que isso vai durar? Quanto mais você acha que pode sobreviver aqui apanhando todos os dias, sendo eletrocutado, esfaqueado, chicoteado e humilhado todo dia sem quase nada para comer por dois meses? — ela me encara seriamente — Agradeça a minha família e ao facto de eu ainda estar disposta a aceitar esse casamento por você ainda estar vivo e ele não estar fazendo dela a segunda no comando.

Ela não espera uma resposta minha e vai embora. É assim sempre, ela vem pelo menos uma ou duas vezes por semana e tenta me convencer a casar com ela. O meu pai passa de vez enquanto para garantir que eu não consiga ficar em pé sozinho.

— Ouve a garota bonita. — o cara com o corpo lotado de tatuagens diz.

Ele se aproxima de mim com o outro amigo dele com alargadores nas orelhas. Eles são os piores homens dos meus pais, os melhores dos piores. Eles são brutos demais, impiedosos demais, espertos e bons lutadores, nunca desistem e não se importam de torturar o filho do chefe.

Bad boys - AlvorecerOnde histórias criam vida. Descubra agora