Cap 70 - Seja a arma

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Esse capítulo é a prova de que eu não estava bem quando escrevi Bad boys.

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Kaylee Roy

Eu não sei bem o que se passa, mas eu estou a beira de ficar louca ou talvez eu já esteja. Talvez seja por isso que eu estou presa em um corredor branco com armas presas nas paredes sem suporte algum. Apenas parece haver luz.

Eu tenho a consciência de que é um sonho, mas eu não consigo acordar. E ele se repete uma e outra vez.

O corredor que parece ir até o infinito sem princípio e nem fim. Apenas armas de todo tipo, desde facas, tacos, socos ingleses até armas de fogo de todo tipo e tamanho.

Um tiro atinge a minha barriga. Coloco a mão antes de cair de joelhos no chão, a força toda deixando o meu corpo. A muito tempo deixei de acreditar que não sentíamos a dor do que acontece nos sonhos. Nós sentimos sim e ela é bem parecida com a real, mas essa nos deixa mais desorientados, pois não sabemos o que vem quando ela acaba, quando morremos.

Alguém que não consigo ver chuta as minhas costas. Caio para frente, pousando as mãos para não bater o rosto. Viro rapidamente e olho para trás. Nada. Eu senti porra. Vejo um vulto passando do meu lado esquerdo, viro rapidamente para olhar. Nada.

Rosno de raiva antes de sentir o meu rosto sendo atingido pelo que deve ter sido um chute. Rolo para o lado com a força do ataque. Um chute de um sapato com ponta de lâmina. Passo a mão pelo rosto e depois olho a minha mão. Vejo sangue.

Me esforço para me sentar e me levantar. Coloco a mão na barriga que ainda sangra e dói até que eu seja atingida por um tiro que atravessa o meu coração. Olho para o meu peito e depois caio no chão.

Apago.

(....)

Acordo de novo mas dessa vez não é em um sala branca. Sim em um porão sujo e sem janelas, a única fonte de luz é uma lâmpada amarela fraca no teto baixo.

Ainda estou usando a jaqueta preta e as calças justas e elásticas da noite do acidente. Mas posso sentir o meu cabelo mais curto ainda, como no dia em que cortei. Afogada em lágrimas com a sensação da derrota.

Me sinto a mesma merda de novo.

— Por que não se senta? — a voz ecoa.

Eu reconheço essa voz, mas não há muito tempo para pensar quando uma cadeira empurra os meus joelhos por trás e me força a sentar.

De repente as minhas mãos são presas nos braços da cadeira de madeira.

— Você sabe que é sempre você mesma quem se coloca nessas situações? — o RJ aparece na minha visão.

Não com a máscara nova da caveira, mas a máscara de hockey antiga, com a parte que eu quebrei ainda quebrada.

As marcas mais profundas que a vida tem deixado em nós. As armas, o corte de cabelo, a máscara quebra, os tiros, o quê mais?

— Achei que tínhamos um acordo, fica longe de mim. — rosno.

— Parece que a sua mente não entendeu esse acordo. — é a voz do Ryan.

Ele aparece de trás de mim.

— Tal como não entendeu o outro. — ele diz.

Enquanto o RJ veste uma jaqueta de couro a roupa toda preta cobrindo todo o corpo. O Ryan usa uma camisa social branca com as mangas arregaçadas exibindo as tatuagens e as cicatrizes nos braços e calças sociais.

Bad boys - AlvorecerOnde histórias criam vida. Descubra agora