Cap 66 - Por você

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Axel Cruz

Rio subindo a janela até a metade.

Idiota.

Aumento o volume da música e encaro a estrada a desafiando. Olho para o lado vendo o carro do cara que estava falando mal do Ryan porque ele não apareceu para a luta.

Grande filho da puta, ele não faz ideia dos nossos assuntos e nem pelo que ele está passando. Não vou lutar contra um descerebrado desses, asfalto é a minha lei.

Vejo a mulher de mini saia passando a frente. Piso no acelerador e ela olha para mim e pisca o olho, dou aquele típico sorriso cafajeste com um único pensamento em mente:

Nem fodendo eu vou ficar com você.

Ela aponta para o carro dele, o carro rosna, depois para o meu, piso no acelerador pronto. Ela levanta as bandeiras e logo em seguida as baixa de uma vez.

Não perco tempo, não penso. Giro a mudança em velocidade recorde e afundo o pé no acelerador, não preciso nem de dez segundos para que o Skiline r34 vá até os cem de velocidade.

O vento entra no carro e do lado de fora tudo está passando em velocidade relâmpago. Seguro firme o volante, meus únicos objetivos sendo vencer e proteger meu carro.

Olho de relance pelo retrovisor vendo o carro dele bem próximo do meu. Puxo a mudança e giro o volante, deixo que ele role enquanto faço drift e entro noutra rua.

Piso mais fundo, o vento penteia meus cabelos, o rosnado do motor se estende pelo carro todo, tão presente quanto as batidas da música. O carro ruge, giro o volante desviando dos diversos carros pela rua.

Dois lunáticos dirigindo.
Ele só tem uma função, seja mais desregulado que eu, eu o desafio.

Buzino para que os carros saiam mais rápido da frente.

Quatro voltas em torno no palácio de sangue. Posso lidar com isso.

Vejo o carro dele tentando bater no meu.

Que ele nem tente.

Piso mais fundo acelerando mais do que deveria com tantas viaturas por todo lado, e quando ele está quase batendo em mim deslizo entre ele e outro carro numa curva quase tão arriscada quanto a batida.

Mas eu sou perfeito.

Giro o volante entrando em outra rua e o carro derrapa, diminuo a velocidade e o carro de trás quase bate no meu e o do meu adversário desvia desse carro que travou repentinamente.

Acelero, ele me alcança.

— Frango!

Mostro o dedo do meio para ele antes que um carro se coloque entre nós.

Me foco no tremor do carro e nos meus objetivos. É simples. Muito simples. Então canalizo a raiva necessária para que isso aconteça.

Como um louco piso mais no acelerador os ponteiros ultrapassam os duzentos, giro o volante entrando na rua do Palácio de sangue.

Piso mais fundo. A rua direita parece se abrir para mim, voo pela estrada ignorando qualquer pessoa ou carro que não esteja no meu caminho.

As coisas poderiam ser mais fáceis, se a merda do pai do Ryan não quisesse sempre complicar tudo.

Entro no estacionamento do palácio, as pessoas gritam por todo lado, a música de lá tenta se apoderar do meu carro.

Giro o volante, uma e outra vez, deslizando entre pessoas e carros e pilares, o rugido de outro carro se junta ao meu por uma série de drifts em volta de pneus e pilares. Vejo o carro dele quando precisamos girar em torno de um pilar, as luzes da festa insana diária refletem na chaparia do carro.

Bad boys - AlvorecerOnde histórias criam vida. Descubra agora