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SAMQuando a limusine preta brilhante finalmente entrou pelo portão do campus de Harcote, eu já estava mais do que um pouco ansiosa. Meu voo tinha atrasado, e minha mala tinha sido literalmente a última a chegar na esteira de bagagens. Não que eu tivesse muita coisa para levar. O Benfeitor — era como eu chamava, em pensamento, o doador anônimo que financiava minha bolsa — tinha acertado para que todo o uniforme de Harcote e a maior parte dos materiais escolares necessários fossem entregues diretamente ao meu quarto. No dia seguinte à entrega de documentos de matrícula, uma representante de Harcote enviara por correio expresso um cartão de débito para eu pagar por literalmente todo o resto, inclusive meu voo (como menor de idade viajando sozinha) e um notebook novo. No fim, todas as minhas coisas couberam em uma só mala: algumas roupas, uns poucos objetos pessoais. Com todos os atrasos, eu estava tão ocupada pedindo desculpas à motorista vampira que o Benfeitor arranjara para me levar ao campus que só quando estávamos já na estrada me ocorrera que eu realmente tinha sido buscada no aeroporto por uma motorista vampira.
Queria mandar uma mensagem para Logan e Noah contando aquilo tudo, mas, claro, não podia. Enfim, eles não tinham entendido exatamente por que eu estava mudando de escola no penúltimo ano. E eu certamente não estava a fim de mandar mensagem para minha mãe.
Em vez disso, passei o caminho sentindo meu coração bater cada vez mais forte conforme nos aproximávamos do campus.
O portão do campus se abriu para nós — para mim. Ao descer a colina até a parte baixa do campus, me senti como se estivesse vendo o set do meu programa de tv preferido ao vivo: os prédios aninhados entre os grandes carvalhos e o gramado bem cuidado me eram tão familiares, depois de tantas horas no site de Harcote, que eu sentia que tinha mergulhado na tela do computador.
O carro parou em um estacionamento, e eu imediatamente cometi o erro amador de abrir a porta da limusine sozinha. Um vampiro de rosto pontudo e olhos fundos estava à minha espera. Ele usava uma capa preta pesada, e os dedos compridos percorriam um tablet.
— Senhorita Samantha Clarke — disse ele, a voz anasalada. — Seja bem-vinda a Harcote. A Convocação já começou no Salão Principal. Um servente cuidará de suas malas... quer dizer, sua mala.
Ele fez um gesto, e um homem de calça cáqui e camisa pólo com o símbolo de Harcote pegou minha mala do carro. Havia algo praticamente mecânico nos gestos dele, e seu rosto mostrava uma expressão distante e imóvel, como se mal nos notasse.
— Ele é humano? — arrisquei.
— Naturalmente — respondeu o vampiro de cara pontuda. — Não deixamos esse tipo de trabalho braçal para vampiros.
Fiquei tensa. Manter as mentiras e disfarces que escondiam vampiros de humanos era prioridade, sempre fora. Era inimaginável que humanos estivessem em um lugar como Harcote, a não ser que...
— Eles foram hipnotizados ?
O vampiro tocou meu ombro com a mão ossuda. Acho que pensou que eu me sentiria reconfortada por aquele toque desconhecido.
— O diretor Atherton hipnotiza os serventes pessoalmente.
Hipnotizados. Ou seja, estavam sob controle do diretor Atherton. Não só tinham que fazer tudo que o diretor mandasse; não eram nem capazes de querer fazer outra coisa. Quando saíssem do transe, nem saberiam que tinham sido serventes de um colégio de vampiros.
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SANGUE FRESCO, billie eilish
ParanormalSam Clarke e sua mãe são duas vampiras vivendo entre os humanos que precisam se esforçar para pagar as contas e comprar Hema, o sangue sintético caríssimo de que todos os vampiros necessitam para sobreviver, desde que a humanidade foi quase inteiram...