Elisabeth 15

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Cresci dentro da igreja meus pais eram evangélicos e eu fui criada em meio as dontrinas da igreja e suas regras rigorosas, com quatorze anos eu comecei a namorar um irmão da igreja nove anos mais velho que eu e terminou que namorando com um homem eu sendo uma menina terminei cedendo a coisas para o agradar e com dezesseis anos eu estava casada e com a Sara nos braços. 

Paulo não era nada do que eu imaginava depois do casamento ele praticamente me trancou em casa eu não podia trabalhar, não podia sair sem ele e nem ter amizades que ele não julgasse adequadas ou seja eu não tinha amizade nenhuma minha vida inteira foi casa, igreja e filhos Paulo não acreditava em método contraceptivo e dizia que é pecado evitar as bençãos de Deus então tive uma gestação atrás da outra e até uns abortos e no nascimento da Débora eu implorei para o médico retirar as minhas trompras durante a cesária porque eu iria parir até a morte se não fosse isso. 

Eu nunca vou esquecer aquele médico ele foi empático e me apoiou e não contou para o meu marido sobre na época precisava da autorização do marido para esse tipo de coisa e como a minha gestação inteira foi de risco devido as gestações seguidas em tão pouca idade, minhas trompas foram retiradas e meu marido não foi informado é um segredo que ficou guardado comigo até hoje e quando o Paulo perguntou porque eu não engravidava mais a minha médica sabendo da situação disse que as gestações e abortos seguidos em tão pouca idade comprometeram o meu útero e nunca mais ele insistiu sobre. 

Hoje com 36 anos sou mãe de três moças e avó de um bebezinho de quase um ano não me arrependo das minhas filhas nem por um segundo, mas só eu sei o inferno que eu vivi com um marido que eu não podia discordar dele em nada nem me recusar a ter relações com ele porque na bíblia diz que o corpo da mulher é do marido e jamais quero isso para as minhas filhas. 

Então depois do que eu ouvi na igreja o pastor falando com o dono do morro sobre a Ester e logo ele mudando o foco para a Débora eu percebi que tinha que agir ou mais uma vez iria permitir que uma das minhas filhas sofresse uma atrossidade dessa, quando fui para o supermercado com o Paulo me mantive normal foi dificil mas era necessário orei o caminho inteiro para que as meninas e o Lucas fugissem mesmo eu não tinha planos de fugir, mas durante a compra quando o Paulo se afastou e se distraiu no açougue eu só peguei a minha bolsa e fugi. 

Nunca corri tanto na minha vida peguei um taxi sem um real no bolso confiando que o meu genro pagaria na hora que eu chegasse no morro dele e graças a Deus assim ele fez, eu fiquei presa por quase 22 anos a um relacionamento que eu nem queria que fui obrigada a me casar porque tinha perdido a virgindade nunca amei o meu marido tudo o que eu tinha por ele era medo nem respeito era porque não se respeita um homem que impõe sua autoridade com porrada. 

- Eu vou levar vocês para a casa onde vão ficar até que a nossa casa nova fique pronta e vocês mudem para essa. Meu genro fala.

- Obrigada. Digo e ele concorda, o Jefferson não é o homem que mãe nenhuma deseja para a filha devido ele ser um traficante, mas vejo que ele é mais homem que muitos trabalhadores por aí que cuida e ama a minha menina nessas poucas horas eu vi como ele olha para ela como está atento a tudo em volta dela e do meu neto, eu gostei dele gostei muito porque ele é bom para a minha filha e é isso que me importa. 

Vamos para a casa que ele disse que vamos ficar por enquanto é a casa do HG tem dois quartos, sala e cozinha mais que o suficiente para a gente recomeçar visto uma muda de roupa da Sara e Ester diz que amanhã resolvemos isso mas eu também quero procurar um emprego aqui no morro mesmo que por enquanto é perigoso sair daqui tomo um banho e me troco e é libertador saber que estou livre e que pela primeira vez em anos posso deitar a minha cabeça no travesseiro sem ninguém para me atormentar. 

Quando o dia amanhece eu acordo tão bem, tão descansada e feliz que me sinto uma menina de 14 anos novamente, tomo um banho visto a mesma roupa que eu dormi porque infelizmente não temos roupas nem eu e nem as meninas e o Lucas tadinho também não tem, desço e na mesa da cozinha tem várias sacolas com coisas para o café da manhã e no sofá tem sacolas com roupas e peças íntimas com etiquetas olho para as calcinhas e dou risada que treco minúsculo vai ficar atolada no meu rego. 

Proibido - Visita íntima Onde histórias criam vida. Descubra agora