19 "Mais"

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Aquela foi a pior decisão tomada por mim. Beijar Stella acendeu um lado dela que ainda não existia, e isso não era nada bom, eu não podia me envolver com ela, eu estava aqui para ajudá-la e não me aproveitar da sua ingenuidade.

Era o que eu pensava o tempo inteiro em minha cabeça. Mas o resto de mim estava querendo me deixar tomar, e lhe mostrar tudo o que ela quisesse.

— Bom dia. — Falo ao sentir ela se aproximar.

— Bom dia. — Sorridente ela se senta em uma das cadeiras.

Comemos em silêncio, enquanto eu dava uma olhada em como estava o andamento do caso do laboratório, e para o meu alívio, eles haviam dado uma pausa. Com um possível caso de sequestros na cidade, decidiram engavetá-lo.

— Já acabou? — Desvio o olhar do notebook, vendo Stella se aproximar de mim.

E sem me dar uma resposta, ela segura o meu rosto e me beija apressadamente.

— Ei... Espera. — Afasto ela para que me olhasse. — O que deu em você?

— Eu gostei quando você me beijou, só queria sentir a sensação boa novamente. — Stella me respondeu, ainda olhando para a minha boca.

Sensação boa... Eu sou um fodido mesmo.

— Oliver...

E foi assim que comecei a ser surpreendido com os beijos de Stella, sempre, e em qualquer situação do dia. E a cada vez que nos beijávamos, a sua urgência era maior, e o meu limite, menor, muito menor.

Stella achava que se nos beijássemos, acalmaria aquela "sensação", mas acho que ela estava começando a entender que não é bem assim que funciona.

Hoje eu tive uma reunião, então, passei a maior parte do dia no meu escritório, já que em breve minhas férias acabarão e terei que retornar. Ao sair, vou direto para o quarto, tomo um longo banho e já me deito na cama. Não estava com fome, então, ficarei por aqui mesmo, me sinto cada vez mais estressado, então talvez seja a hora de me alimentar de verdade, mas deixarei isso para amanhã.

Acordo assustado ao sentir Stella próximo a mim. Como eu não senti ela chegar?

— Stella, não pode entrar no meu quarto assim! Eu poderia te machucar.

— Desculpa, é que eu não te vi a tarde toda, é você não desceu para o jantar.

— Eu não estou bem agora, então é melhor ir para o seu quarto.

Me ignorando ela se deita ao meu lado, fazendo uma leve carícia em meu rosto.

— Está melhor agora?

É curioso como ela era recíproca ao que eu fazia com ela. Como isso, eu fiz carinho em seu rosto e cabelo quando ela não estava se sentindo bem, e agora, ela faz o mesmo por mim.

— Obrigado.

— De nada.

E o pouco de sono que ainda me restava, vai todo embora ao sentir sua boca colada a minha, me pegando desprevenido, como sempre. Ao sentir que as coisas estavam indo longe demais, paro o beijo, recebendo o seu olhar desaprovador em resposta.

— Eu quero mais...

— Eu não posso fazer isso com você, desculpa. — Fecho os olhos fortemente tentando me conter ao máximo.

Como se ela pudesse ler a minha mente, sinto suas mãos em volta de mim, me agarrarem com força. Ela não tinha noção da força que tinha, mas isso foi o suficiente para deixar sair tudo o que eu estava contendo a dias.

Agarro o seu pescoço com uma das mãos, enquanto rasgo de uma vez o vestido que ela usava, revelando o seu corpo nu, e agora era oficial, eu não iria mais voltar atrás, não depois de vê-la dessa forma, não depois do que ela despertou em mim.

E pela forma como Stella reagia a cada toque novo da minha parte, parece que ela estava tão necessitada quanto eu.

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