Finalmente, Lar

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Dirijo pela estrada de volta para casa, a cidade iluminada à noite passando pelos meus olhos como um borrão. O dia foi longo e estressante, com problemas que pareciam nunca terminar. Cada quilômetro que deixo para trás me aproxima de casa, e a única coisa que consigo pensar agora é em Ran.

A música toca baixinho no carro, mas não preenche o silêncio que sinto por dentro. Só o pensamento de voltar para ele, para o nosso lar, consegue aliviar um pouco a tensão do dia.

Eu só quero chegar, abrir a porta e ver Ran me esperando, com aquele sorriso que faz tudo valer a pena. Sinto o corpo relaxar um pouco mais a cada pensamento sobre ele, imaginando a sensação de seus braços ao meu redor, o som suave da sua voz dizendo que está feliz por eu estar de volta.

Tudo que eu preciso é chegar em casa, esquecer o caos das últimas horas e me perder nos momentos de paz que só Ran pode me dar. Acelero um pouco, impaciente para estar de volta, para finalmente descansar ao lado dele. Cada vez mais perto, sinto que estou quase onde realmente pertenço.

Viro a esquina do condomínio e um sorriso aparece no meu rosto. Finalmente, estou a um passo de casa. As luzes suaves do lugar já são familiares, e só de saber que em alguns minutos estarei de volta, todo o estresse do dia parece começar a se dissipar.

Respiro fundo, sentindo a tranquilidade que começa a tomar conta de mim. Só de imaginar abrir a porta e ver Ran me esperando, meu coração acelera um pouco. Dou uma última olhada na entrada do condomínio, onde o porteiro acena para mim. Eu aceno de volta, ansioso para entrar, estacionar o carro e, finalmente, me sentir em paz.

Estaciono o carro na garagem e desligo o motor, deixando escapar um suspiro longo. O silêncio da noite é quase palpável. Pego minhas coisas do banco do passageiro e saio do carro, caminhando em direção à porta de entrada.

Ao girar a maçaneta e abrir a porta, sou recebido por um silêncio que se espalha pela casa. Estranho não ouvir a voz do Ran ou o som de seus passos leves. A sala está vazia, iluminada apenas pela luz suave de uma luminária no canto. Meu olhar é imediatamente atraído por Gucci, que está deitada no sofá, me observando com seus grandes olhos azuis.

— Oi, Gucci. — sussurro, indo até ela e acariciando sua cabeça. Ela ronrona baixinho, mas não há sinal de Ran. Normalmente, ele estaria aqui, na sala ou na cozinha, mas hoje... nada.

Eu me endireito, tentando ouvir qualquer som vindo dos outros cômodos. Mas a casa está tão quieta que quase posso ouvir minha própria respiração. Onde ele está?

A casa está estranhamente silenciosa, o que me faz estranhar um pouco. Gucci geralmente está por aí fazendo alguma travessura, mas até ela parece quieta esta noite.

Depois de procurar por Ran em todo o andar de baixo e não encontrá-lo, resolvo subir as escadas. O silêncio da casa é incomum, e uma sensação estranha começa a se instalar. Subo os degraus de dois em dois, esperando encontrá-lo no nosso quarto ou talvez em algum outro cômodo.

Ao chegar no topo da escada, dou uma olhada rápida pelo corredor. As portas dos quartos de hóspedes estão fechadas e a do nosso quarto está aberta, mas, quando entro, não há sinal dele. A cama está perfeitamente arrumada, sem indícios de que ele tenha estado ali recentemente.

Caminho pelo quarto, verificando o banheiro, o closet, até mesmo a sacada, mas tudo está vazio. Fico parado por um momento, tentando pensar onde ele poderia estar. É estranho não ouvir sua voz ou os passos da Chanel correndo atrás dele. Por um instante, me sinto desorientado, mas então me lembro de que ele adora levar Chanel para passear à noite.

Decido descer as escadas novamente, já com a ideia de sair para procurá-lo na vizinhança. É possível que ele tenha saído para uma caminhada com Chanel sem me avisar. Ao chegar na sala novamente, Gucci aparece do nada e se esfrega nas minhas pernas, mas mesmo ela parece estranhar a ausência do Ran. Pego as chaves e o celular, pronto para sair em busca dele.

Doce Tentação (+18)Onde histórias criam vida. Descubra agora