Passeio

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Olho para o relógio na mesinha de cabeceira e vejo que já são 19:45 da noite. A expectativa de ter Mochi de volta em casa só aumenta, mas ele ainda não chegou. Ele me mandou uma mensagem mais cedo, explicando que estava apenas finalizando uma última apresentação e que logo estaria em casa.

A ansiedade começa a me consumir. Passei o dia todo imaginando nosso reencontro, e agora que a hora se aproxima, meu desejo de tê-lo aqui comigo só cresce. Me deito na cama, tentando manter a calma, mas a espera parece interminável. O que eu mais quero é sentir sua presença, seu toque, e finalmente encerrar o dia ao seu lado.

Levanto da cama e vou para a cozinha para beber água. Enquanto estou me servindo, escuto Chanel chorando e arranhando a porta do quintal. Seu som é inconfundível, e sinto que algo não está certo. Coloco a água no balcão e vou até a porta, abrindo para ver o que está acontecendo.

Chanel está lá fora, olhando para mim com um olhar ansioso e pulando. Ela late, tentando me chamar.

— O que foi, Chanel? — pergunto, ainda sem entender o motivo de tanta agitação. Ela late de volta, claramente tentando me comunicar algo.

Então, olho para a guia dela pendurada na parede e, ao pegar a guia, mostro para Chanel.

— Você quer passear, garota? — pergunto, e imediatamente ela começa a pular eufórica, balançando o rabo com entusiasmo. A expressão dela deixa claro que a ideia de um passeio a deixou muito animada. Sorrio, vendo a felicidade dela.

Me abaixo e prendo a guia na coleira da Chanel com cuidado. Pego a mochila cheia de itens essenciais para o passeio: água, alguns petiscos e uma pequena toalha, apenas por precaução. Coloco a mochila nas costas e saio de casa com Chanel, que está visivelmente empolgada, mal podendo esperar para começar o passeio.

Assim que saímos, Chanel começa a puxar a guia com entusiasmo. Ela abana o rabo, e seus olhos brilham com a expectativa. A noite está tranquila e fresca, e eu sinto uma leve brisa que ajuda a acalmar a ansiedade que eu estava sentindo. Tento manter o ritmo dela enquanto caminhamos pela vizinhança, e Chanel, com seu focinho no chão, explora cada canto e cada novo cheiro que encontra.

Passamos por ruas iluminadas pela luz suave dos postes e por calçadas que parecem quase desertas à essa hora da noite. Chanel está tão animada que não consigo deixar de sorrir. Ela para ocasionalmente para dar uma rápida olhada para trás, como se quisesse me garantir que estou seguindo. Cada vez que ela puxa a guia, dou um leve puxão de volta, e ela parece entender que isso faz parte do passeio, continuando a explorar com um vigor renovado.

Chegamos a um pequeno parque perto de casa. Chanel, que estava calma até então, fica ainda mais animada ao ver o espaço aberto. Tiro a sua guia e ela começa a correr em círculos, saltando e brincando de forma alegre.

Me sento em um banco próximo e deixo a mochila ao meu lado, observando ela com um olhar afetuoso. Chanel parece estar em êxtase, correndo de um lado para o outro e ocasionalmente voltando para verificar se estou bem.

Aproveito o momento para tirar um pouco de água da mochila e ofereço a ela. Chanel bebe rapidamente, evidentemente com sede após tanta atividade. Enquanto ela se refresca, tiro alguns petiscos da mochila e os deixo ao alcance dela. Chanel come com uma satisfação evidente, agradecendo com uma lambida na minha mão.

No entanto, avisto uma pequena barraquinha de pipoca iluminada pelas luzes suaves da rua. O aroma da pipoca fresca no ar é irresistível, e decido comprar um pouco para mim. Assobio para Chanel, e faço um sinal para que ela me siga, e ela obedece.

Chanel, ao meu lado, parece animada, seu focinho mexendo e acompanhando cada movimento enquanto me aproximo da barraca.

Quem me atende é um senhor de idade muito educado, não consigo deixar de sorrir com a sua forma cordial e educada.

— Muito bonito o seu cachorro. É uma menina ou menino?

— É uma menina linda. — falo e acaricio atrás da orelha da Chanel e ela abana o rabo.

O senhor observa Chanel com interesse. Ele pergunta, com um sorriso curioso, sobre o nome dela.

— Como ela se chama?

— Ela se chama Chanel. — respondo, sorrindo.

O senhor franze a testa um pouco, visivelmente intrigado.

— Chanel? Que nome interessante para um cachorro. Por que esse nome?

Sorrio, lembrando do motivo por trás do nome.

— Eu a chamei de Chanel porque o nome me parecia sofisticado e elegante. Além disso, é uma referência à icônica marca de moda e eu amo essa marca. Acho que combina com ela, porque, apesar de ser uma cachorrinha, ela tem um jeito todo especial e charmoso.

O senhor sorri, compreendendo a escolha e balança a cabeça em aprovação.

— Faz todo sentido. Ela parece mesmo ter um ar de classe. — ele diz e eu abro um sorriso.

Com um saco de pipoca quentinha em mãos, volto para o banco onde havia deixado a mochila. Sento e começo a comer uma pipoca, aproveitando o sabor salgado e crocante. Chanel, não querendo perder a oportunidade, começa a latir baixinho e a olhar para mim com uma expressão de curiosidade e expectativa.

— O que foi garota? — pergunto e ela late de novo.

Não consigo conter o sorriso ao ver a empolgação dela. Dou uma risadinha e pego uma pipoca, oferecendo para Chanel. Ela come a pipoca com um prazer evidente, mastigando devagar e parecendo satisfeita. Vejo a felicidade em seus olhos e decido que a diversão deve continuar. Divido o saco de pipoca, pegando um punhado para mim e outro para Chanel.

Continuamos a compartilhar a pipoca, com Chanel ocasionalmente olhando para mim como se quisesse mais. Eu dou mais alguns pedaços para ela, e a cena se torna um momento leve e agradável.

A noite continua tranquila, e enquanto desfruto da pipoca, Chanel se aconchega ao meu lado, aparentemente feliz com a pequena indulgência que compartilhamos. As risadas e a companhia de Chanel tornam o momento ainda mais especial, e eu me sinto grato por ter a companhia dela em uma noite tão simples e divertida.

Doce Tentação (+18)Onde histórias criam vida. Descubra agora