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O vento forte do mar batia em meu rosto, carregando consigo a fragrância salgada e a promessa de novas aventuras. A conversa com Zoro, embora um tanto rude, me deixou pensativa. Ele tinha razão: eu precisava ser mais forte, mais independente, mais... como eles. Mas como?

Olhei para o convés, onde Luffy e Sanji conversavam animadamente com Chopper, que agora estava envolto em um cobertor quente. O sorriso de Luffy era contagiante, mesmo após a batalha. Ele era o capitão, o líder, o coração da tripulação. E Zoro, apesar de sua personalidade áspera, era o braço direito do Luffy, um guerreiro implacável e leal. Sanji, com sua gentileza e suas habilidades culinárias, era o que mantinha a tripulação alimentada e feliz. E eu? O que eu poderia oferecer?

"Eu preciso ser útil", pensei,  "Preciso  aprender a navegar,  a  lutar, a  ser  forte  como  eles".

Nesse momento, Nami se aproximou, com um mapa na mão. Ela estava analisando a rota, planejando o próximo passo.

— Kiara, — ela disse,  com  seu  tom  firme  e  determinado,  "Você  vai  me  ajudar  a  traçar  a  rota  até  o  próximo  porto".

— Claro! — respondi,  com  um  sorriso  animado.  Finalmente,  uma  chance  de  ser  útil!

— É fácil, me observa, diz Nami, com um sorriso confiante. Ela se inclina sobre o mapa, seus dedos ágeis traçando linhas imaginárias, calculando ângulos e distâncias com uma precisão impressionante.

Observo tudo o que ela faz. Parece tão simples, tão natural para ela, mas para mim é completamente complicado. A quantidade de informações que ela processa, a maneira como ela interpreta os sinais do mar, a sua capacidade de antecipar as condições climáticas... É tudo muito intrigante.

— Não consigo, digo, observando o trabalho dela.

— Tudo bem, você poderia chamar o Luffy pra mim? diz ela, sem tirar os olhos do mapa.

— Sim, digo, deixando ela na sala de navegação com os mapas. O Luffy está com o Chopper, será que ele vai me responder?

— Luffy, a Nami está te chamando, digo, apoiada nas escadas do convés. A minha voz é um pouco trêmula, e a minha cabeça está cheia de dúvidas.

— Beleza, diz ele, deixando Chopper. Ele estica os braços e pula de um lado para o outro, indo parar na porta da navegação. Desço as escadas, curiosa para saber o que aconteceu.

— Chopper, você tá realmente bem? pergunto,  observando  o  pequeno  rena  enrolado  em  um  cobertor.  Ele  parece  um  pouco  pálido,  mas  seu  sorriso  me  tranquiliza.

— Sim, eles vão sacrificar várias crianças pra um deus lá... O Luffy quer ir salvar elas, diz Chopper,  com  um  tom  de  voz  triste.

— Por que te levaram? Como conseguiram te capturar?  Pergunto, curiosa.

— Com algodão doce, diz Chopper,  envergonhado,  enquanto  abaixa  a  cabeça.

— Algodão doce? —  Não  acredito  no  que  ouvi.  "Como  alguém  consegue  sequestrar  uma  rena  com  algodão  doce?"

— É... Eles  me  deram  um  montão  de  algodão  doce,  e  eu  não  consegui  resistir,  —  diz  Chopper,  com  um  sorriso  sem graça.

— Tudo bem, Chopper, digo, fazendo carinho na sua cabeça. Ele se aconchega em meu colo, fechando os olhos lentamente.

Ficamos por horas ali,  com  Chopper  adormecido  com  a  cabeça  apoiada  no  meu  colo.  O  barulho  do  mar  e  o  movimento  suave  do  navio  fazem  um  som  calmante.  Observo  o  pequeno  rena  dormir,  e  sinto  um  calor  no  coração.  Ele  é  tão  inocente,  tão  vulnerável.

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