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O tempo,  como um rio turbulento,  nos arrastava para frente,  mas as lembranças do passado,  como pedras no fundo,  pesavam em nossos corações.  A batalha contra Max havia sido árdua,  uma luta que marcou a nossa tripulação para sempre.

Cada dia,  do sunny   era uma nova aventura,  um novo desafio,  mas a sombra do vilão,  ainda que derrotado,  persistia no meu coração,  uma ferida aberta que recusava cicatrizar.

Eu tentava,  sem sucesso,  abrir o assunto com Luffy.  Mas,  cada vez que eu tentava,  ele mudava de assunto,  seu rosto se nublando em uma expressão de raiva.  Ele não me contava o que havia acontecido enquanto eu estava inconsciente,  e a curiosidade me consumia.

Em uma tarde ensolarada,  deitada no convés,  com Usopp ao meu lado,  observando as nuvens que se moviam no céu azul,  resolvi tirar a dúvida que me atormentava.

—  Usopp,  quando eu desmaiei naquele dia,  vocês conseguiram derrotar o Max?  —  perguntei,  meu olhar fixo nas nuvens,  como se as respostas estivessem escondidas entre suas formas fantasmagóricas.

Usopp,  sempre tão tranquilo e observador,  se agitou,  seu corpo tenso,  seus olhos esquivando-se dos meus.

—  O quê?  —  ele perguntou,  sua voz trêmula.

—  Eu quero saber,  Usopp.  —  me levantei,  meus pés tocando a madeira do convés.  —  Me diga agora.

—  Pergunta ao Luffy.  —  Usopp disse,  se levantando e se afastando de mim.

—  Eu quero saber de você.  —  segurei seu braço,  meu olhar firme,  meu coração batendo forte.

—  Não conseguimos...  —  Usopp disse,  sua voz quase inaudível.  —  Ele fugiu enquanto te socorríamos.

—  Fugiu?  —  repeti,  meu corpo gelando,  um medo frio se instalando em meu coração.

—  Sim.  —  Usopp confirmou,  seus olhos cheios de tristeza.  —  Ele...  ele levou as crianças com ele.

—  O quê?  —  gritei,  meu corpo tremendo,  a raiva me consumindo.

—  Luffy...  —  Usopp disse,  sua voz baixa,  como se estivesse pedindo perdão.  —  Ele...  ele está muito mal.

—  Luffy...  —  suspirei,  meu coração se apertando.

—  Ele...  ele se culpa por não ter conseguido proteger as crianças.  —  Usopp disse,  seus olhos cheios de compaixão.  —  Ele...  ele se culpa por não ter conseguido derrotar Max.

—  Luffy...  —  repeti,  meu coração cheio de preocupação.

Eu precisava ir até ele,  precisava confortá-lo,  precisava mostrar que ele não estava sozinho.

—  Onde ele está?  —  perguntei,  meus pés se movendo em direção à cabine do capitão.

—  Ele está no porão.  —  Usopp respondeu,  seu olhar cheio de tristeza.

Corri em direção ao porão,  meu coração batendo forte,  o medo e a preocupação me consumindo.

O ar do porão era denso e úmido,  cheiro de madeira velha e umidade.  Luffy estava sentado no chão,  com a cabeça entre as pernas,  a postura curvada,  como se estivesse tentando se esconder do próprio peso.

—  Luffy!  —  chamei,  minha voz carregada de preocupação.

Ele ergueu a cabeça,  seus olhos me encontrando com uma expressão de surpresa e tristeza.

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