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A tarde se arrasta para a noite,  e  meus  pensamentos  estão  voltando  para  os  meus  companheiros.  Como  será  que  está  o  Luffy?  A  Hancock  deve  estar  consolando  ele,  droga... A  imagem  deles  juntos  me  faz  uma  pontada  de  ciúmes  no  coração.  É  impossível  esquecer  a  sensação  de  pertencer  àquele  bando,  aquele  barco,  a  aqueles  sonhos.

Respiro fundo,  tentando  acalmar  os  meus  pensamentos.  Mas  é  impossível  evitar  as  dúvidas  que  me  assombram.  O  que  será  que  eles  estão  fazendo  agora?  Luffy  estará  bem?  Ele  irá  me  procurar?

A  senhora  Alice  me  trouxe  um  jantar  simples,  mas  delicioso,  com  frango  assado  e  batatas  cozidas.  Comi  com  vontade,  mas  a  comida  não  me  traz  a  mesma  satisfação  que  a  comida  que  o  Sanji  cozinha.

Depois  do  jantar,  a  senhora  Alice  me  deixou  sozinha  no  quarto.  A  lua  brilha  pela  janela,  iluminando  o  ambiente  com  uma  luz  prateada.  Olho  para  o  céu  estrelado,  e  me  pergunto  se  Luffy  está  olhando  para  as  mesmas  estrelas  que  eu.

O  sono  não  vem.  A  ansiedade  me  mantém  acordada,  e  a  solidão  me  consome.

Olho pela janela,  e  vejo  o  céu  estrelado  brilhando  intensamente,  como  se  milhares  de  diamantes  estivessem  espalhados  sobre  um  pano  azul  veludo.  A  lua  cheia  ilumina  o  campo  com  uma  luz  prateada,  transformando  as  flores  em  fantasmas  brilhantes.  A  briza  fria  da  noite  sopra  sobre  o  meu  rosto,  me  fazendo  tremer  ligeiramente.

A  ilha  de  Elysium  parece  dormir,  envolta  em  uma  paz  tranquila.  As  casas  do  vilarejo  estão  silenciosas,  como  se  seus  habitantes  estivessem  mergulhados  em  um  sono  profundo.  Ouço  o  som  do  mar  batendo  na  costa,  um  som  calmante  e  hipnótico  que  me  faz  lembrar  do  mar  agitado  que  enfrentei  há  poucos  dias.

Olho  para  o  horizonte,  e  me  pergunto  se  o  navio  de  Luffy  está  próximo.  Será  que  eles  estão  bem?

Um  frio  na  espinha  me  faz  tremer.  A  saudade  dos  meus  companheiros  é  insuportável.  A  solidão  me  consome,  como  se  um  buraco  negro  estivesse  engolfando  a  minha  alma.

Uma paz toma conta da minha alma,  me  fazendo  sentir  relaxada,  como  se  um  peso  tivesse  sido  tirado  dos  meus  ombros.  Uma  brisa  fresca  passa,  me  confortando  em  um  abraço  carinhoso,  levando  as  minhas  preocupações  para  longe.

Acordo com o sol da manhã batendo em meu rosto,  uma  sensação  agradável  que  me  faz  abrir  os  olhos  lentamente.  A  ilha  de  Elysium  está  mais  viva  do  que  nunca,  com  os  pássaros  cantando  e  o  ar  cheio  do  perfume  das  flores.  Ouço  o  som  das  crianças  brincando  no  jardim,  um  som  alegre  e  inocente  que  me  faz  sorrir.

Levanto  da  cama  e  vou  até  a  janela,  observando  a  paisagem  que  se  espalha  à  minha  frente.  A  ilha  é  um  paraíso  escondido,  um  lugar  onde  o  tempo  parece  parar  e  as  pessoas  vivem  em  paz  e  harmonia.

A  senhora  Alice  entra  no  quarto  com  um  sorriso  amigável,  trazendo  um  café  quente  e  uma  fatia  de  bolo  de  banana.  O  cheiro  da  comida  me  faz  salivar,  e  eu  me  sento  à  mesa  para  tomar  o  café  da  manhã.

—  Bom  dia,  Kiara.  Dormiu  bem?  —  pergunta  a  senhora  Alice,  com  um  tom  de  voz  carinhoso.

—  Sim,  obrigada.  Essa  ilha  é  tão  tranquila  que  me  faz  sentir  em  paz.  —  respondo,  com  um  sorriso  sincero.

A  senhora  Alice  percebe  a  minha  tristeza  e  coloca  a  mão  na  minha  mão.

—  Não  se  preocupe,  Kiara.  —  diz  a  senhora  Alice,  com  um  sorriso  tranquilizador.

—  Obrigada,  Alice.  —  digo,  com  um  tom  de  voz  grato.

As crianças jogam pedrinhas na janela,  e  gritam  animadamente,  como  se  estivessem  brincando  de  guerra.  O  som  das  pedrinhas  batendo  no  vidro  me  faz  sorrir.  Elas  são  tão  cheias  de  vida,  tão  inocentes.

Levanto-me  da  mesa  e  vou  até  a  janela.  As  crianças  estão  me  esperando  no  jardim,  com  olhos  brilhantes  de  expectativa.

—  Kiara!  Venha  brincar  conosco!  —  grita  uma  menina,  com  um  sorriso  radiante.

—  Eu  vou  já,  —  respondo,  com  um  sorriso  amigável.

—Pode ficar à vontade,  só  não  force  os  pontos  da  sua  perna, — diz a senhora Alice enquanto me observa sair,  com  um  tom  de  voz  preocupado,  como  se  estivesse  me  dando  um  aviso.

— Irei ter cuidado, — digo acenando,  e  saio  da  casa.  No  jardim,  cinco  crianças  estão  sentadas  na  grama,  me  olhando  com  curiosidade.

— Conta  sobre  suas  aventuras, — diz um menino moreno,  com  um  sorriso  malicioso,  como  se  estivesse  querendo  ouvir  uma  história  de  piratas.

— Isso! — as outras crianças concordam,  com  um  tom  de  voz  animado

— Não tenho  muitas  aventuras,  mas  tenho  as  do  meu  capitão,  —  digo,  sorrindo,  com  um  brilho  nos  olhos

Uma  sexta  criança  aparece,  segurando  uma  cadeira  de  madeira.

— Para  você, —  diz  ele,  com  um  sorriso  tímido,  como  se  estivesse  me  oferecendo  um  presente.

— Obrigada, — digo,  com  um  sorriso  grato.

Me sento na cadeira, e as crianças ficam me encarando por alguns minutos, com os olhinhos curiosos.

— Pode começar! —  diz uma menina,  cutucando  o  braço  da  amiguinha  com  ansiedade.

— Oh, tá bom, desculpa, digo meio sem graça,  coçando a  nuca  com  a  mão.  As crianças riem alto,  tapando  a  boca  com  as  mãos, mas logo voltam a me olhar,  com  os  olhos  brilhando  de  expectativa.

—  Então... vamos lá... — digo,  sorrindo  tranquila,  balançando  as  pernas  com  leve  nervosismo.

Conto algumas aventuras que Usopp me contou, de como eles foram para a ilha no céu, de como salvaram a Robin em Enies Lobby e como cada um foi entrando no bando. Cada história, uma nova aventura, cada membro do bando, um novo desafio.  Enquanto falo, gesticulo com as mãos,  como se estivesse revivendo cada momento ao lado do meu bando.

— Seu capitão vai ser o rei dos piratas e eu farei parte do bando dele! — diz um menino,  com os olhos brilhando,  batendo  o  punho  na  mão  com  determinação.

— Sim, ele será! — concordam as outras crianças,  com um coro uníssono,  levantando as mãos para o céu como se jurassem fidelidade.

— Meu capitão é o melhor de todos,  ele... — digo,  com um sorriso meigo,  corando levemente,  como se estivesse  pensando  em  um  segredo. — Ele é como o sol: brilhante, quente e cheio de energia. Ele tem um coração de ouro e está sempre pronto para ajudar os seus amigos. Ele é forte, corajoso e não tem medo de nada. Ele é o melhor capitão do mundo, e eu tenho muito orgulho de ser sua companheira — digo,  com um brilho nos olhos,  olhando  para  o  céu  como  se  estivesse  vendo  Luffy  na  minha frente.

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