Capítulo 22

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Li Jin riu e disse: "Esperem aqui."

Ele sabia que, no vilarejo, as pessoas, exceto em feriados e festividades, raramente faziam carne.

Mas não sabia que, uma vez feita a carne, as crianças viriam à sua porta pedir um pedaço.

Essas crianças, no entanto, pareciam todas tímidas. Se ele recusasse, certamente não fariam birra ou chorariam implorando por comida.

Então, não eram irritantes.

Felizmente, Li Jin havia comprado dois jin de carne de porco*, e, depois de ter dado meio jin para Li Zhuzi, agora ele tinha cozido um jin inteiro.

(Nota 1: Atualmente, um jin equivale a aproximadamente 500 gramas. Portanto, dois jin de carne seriam cerca de 1 kg de carne.)

Ele pegou cinco pedaços com os hashis e os colocou em uma tigela. Pensou por um momento e também pegou algumas folhas de alface, lavando-as bem.

Quando saiu, as crianças, ao vê-lo carregando a tigela, arregalaram os olhos.

Li Jin disse: "Estendam as mãos."

Ele embrulhou cada pedaço de carne em uma folha de alface, garantindo que não queimasse as mãos das crianças, e depois distribuiu.

As crianças, ao receberem a carne, imitaram o costume de desejar prosperidade aos mais velhos durante o Ano Novo. O mais velho disse: "Que o Tio Ah Jin enriqueça!"

O último, ainda pequeno e pelado, também repetiu: "Enriqueça!"

Li Jin deu uma leve risada, deixou que as crianças fossem embora e voltou para servir a refeição ao jovem.

Qin Muwen, que estava dentro da casa, ouviu as vozes das crianças lá fora, mas no começo não entendeu o que estavam fazendo ali.

Depois, lembrou-se de que, durante o Ano Novo e as festividades, as crianças também costumavam ir à casa do chefe do vilarejo pedir carne quando ele a cozinhava.

Li Jin entrou primeiro com a carne, colocou-a no armário baixo ao lado da cama e deu ao jovem um par de hashis.

"Você come a carne primeiro, eu vou fazer mais dois pratos."

O jovem estava ocupado alimentando o bebê e não conseguia sair da cama. Ele disse: "A Jin, deixe-me fazer os pratos..."

Li Jin bagunçou suavemente os cabelos do jovem e, sério, disse: "Eu fiz as contas, você já passou o tempo permitido fora da cama hoje. Agora deite-se e descanse. Fazer dois pratos não vai me derrubar."

Depois de uma pausa, ele acrescentou: "Coma a carne enquanto está quente, volto já."

Hoje, o jovem havia sido injustiçado. Embora Li Jin já o tivesse confortado, ele não era alguém que ignorava quando as pessoas o desrespeitavam diretamente."

Enquanto cozinhava, Li Jin pensava que o jovem era um fu lang *comprado e, por não ser do vilarejo, os outros ger queriam vê-lo em apuros.

( Nota 2: "Fu lang" (夫郎): A palavra "fu lang" refere-se a um "marido", mas num contexto específico, geralmente em histórias ambientadas em universos alternativos onde homens podem ter filhos, o termo é usado para designar um parceiro masculino que desempenha o papel de "esposa" (ou seja, uma figura tradicionalmente associada ao lar e à família). Esse conceito não existe na realidade, sendo mais comum em ficção de gênero danmei ou yaoi.)

Li Jin queria mudar a percepção dos outros sobre o jovem, mas não podia simplesmente ir até eles e começar a dar lições...

Ele pensou que talvez precisasse encontrar um intermediário para resolver isso.

O Cotidiano da Vida Rural do Transmigrado Li JinOnde histórias criam vida. Descubra agora