The Bridgertons

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Quando Colin voltou ao quarto, encontrou Penélope sentada, o olhar vazio e distante, perdida em seus pensamentos mais obscuros. O obstetra estava preparando o equipamento para a ultrassonografia, e o som suave do monitor preenchia o ambiente. No entanto, Penélope, com os olhos semicerrados, parecia rejeitar a ideia.

— Penélope, está na hora de ouvir o coração do bebê — disse o médico gentilmente, tentando confortá-la.

Penélope balançou a cabeça, as mãos trêmulas repousando sobre o abdômen. — Eu não posso... Não quero ouvir. Ele... ele não é real. — Sua voz estava fraca, carregada de angústia, os olhos se fechando enquanto as alucinações tomavam conta novamente.

Colin deu um passo à frente, aproximando-se da cama, mas hesitou ao vê-la naquele estado. Ele trocou um olhar preocupado com o médico, que acenou discretamente, compreendendo a situação. Colin sabia que precisaria encontrar uma maneira de trazê-la de volta, de ajudá-la a se reconectar com a realidade.

— Penélope — ele chamou suavemente, sentando-se ao lado dela e segurando sua mão com firmeza. — O bebê é real. Você está aqui comigo. Vamos enfrentar isso juntos.

Ela piscou algumas vezes, confusa, e olhou para ele como se estivesse tentando reconhecer o rosto de Colin. — Real? — murmurou, as lágrimas surgindo em seus olhos. — Eu não sei o que é real mais. Tudo parece uma mentira... Como posso ser mãe se... nem sei quem eu sou?

Colin apertou a mão dela mais forte. — Você é a mulher mais forte que eu conheço, Penélope. Eu sei que é difícil, mas você não está sozinha. Não vou te deixar. — Ele então se virou para o médico. — Podemos esperar um pouco para fazer o exame?

O obstetra assentiu. — Claro, podemos adiar até ela se sentir mais confortável.

Colin voltou a atenção para Penélope, que estava claramente abalada. — Vamos fazer isso no seu tempo. Mas lembre-se, Penélope, você é real. E o nosso filho também. Estou aqui, e vou ficar com você em cada passo desse caminho, não importa o que aconteça.

Penélope fechou os olhos, as mãos pressionando as têmporas enquanto começava a murmurar, claramente incomodada com a dor. Colin se inclinou um pouco mais perto, tentando entender o que ela dizia.

— Essa dor... não para... sempre aqui — ela sussurrou, os olhos ainda fechados. — Não consigo pensar, não consigo... lembrar.

Colin segurou delicadamente seu rosto, preocupado. — Penélope, vou falar com o médico sobre isso. Vamos dar um jeito nessa dor.

Ela parecia nem ouvir direito, perdida em seus pensamentos confusos. — Tudo está embaralhado... minha cabeça dói tanto... por que... por que me sinto assim? — As palavras saíam em um fluxo caótico, sem que ela realmente parecesse se dirigir a ninguém.

— Vou pedir para o médico te ajudar com isso — Colin disse, tentando manter a calma, embora a preocupação fosse clara em seu rosto.

Ele se levantou rapidamente e saiu do quarto, indo diretamente procurar o médico. Penélope precisava de alívio, e ele faria o que fosse necessário para garantir que ela ficasse bem.

Enquanto Colin esperava ansioso pelo retorno do médico, seus olhos captaram uma figura familiar na recepção: Isabella, a mesma mulher que havia flertado com Penélope em uma ocasião anterior. Ela parecia estar procurando alguém com grande urgência, e a suspeita rapidamente tomou conta de Colin.

Aproximando-se dela, sem esconder sua frustração e desconfiança, Colin perguntou com tom frio:

— O que você está fazendo aqui?

Isabella, inicialmente surpresa ao vê-lo, tentou manter a compostura, mas antes que pudesse responder, Colin a segurou pelo braço e a arrastou para uma sala vazia. Fechando a porta com força, ele empurrou Isabella contra a parede, sacando sua arma e apontando-a diretamente para ela.

Between Blood and Desire. (Polin ' máfia)Onde histórias criam vida. Descubra agora