A intelectual

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Capítulo 12: A intelectual

Os dias se passaram em um turbilhão de manipulações e estratégias. Penélope, com sua nova persona educada e simpática, continuava a enganar os médicos, escondendo o fato de que suas memórias estavam completamente intactas. Ela sabia que a verdadeira vingança contra Colin e os Bridgertons exigia mais do que apenas agir. Precisava ser astuta, observadora e, acima de tudo, disfarçar sua verdadeira essência enquanto planejava seu próximo movimento.

Quando Colin e Felicity entraram no quarto, o ambiente estava impregnado de uma expectativa nervosa. Felicity correu para abraçar a irmã, seu rosto iluminado por um misto de alegria e apreensão. “Penny, você se lembra de mim?” a jovem perguntou, a voz trêmula. Penélope olhou nos olhos da irmã, reconhecendo a conexão, mas sabendo que não poderia demonstrar. Ela precisava manter o disfarce, e Felicity não podia ser um ponto fraco.

Para Colin, a situação era diferente. Ele era um estranho em sua mente, um capítulo apagado de sua história. Quando Colin a cumprimentou, tentando entender o que realmente se passava, Penélope usou toda a sua força de vontade para fingir que não se importava com a presença dele. Ela virou o rosto, apenas um gesto sutil, mas suficiente para acender a irritação que já ardia dentro dele. Colin odiava ser ignorado, e isso a divertia. Ele era um homem acostumado a ser o centro das atenções, e ela se deliciava com a ideia de fazer com que ele se sentisse insignificante.

O médico, percebendo a tensão, interveio. “Colin, é importante que você saiba que Penélope ainda não está totalmente recuperada. O trauma pode fazer com que a memória demore a voltar. Isso é normal e precisamos ser pacientes.”

Colin respondeu, desdenhoso:

- Só dela estar viva já é um alívio. Ela sempre foi útil, e agora não é diferente. Sua frieza refletia o desprezo que ele sentia pela fragilidade alheia, mas Penélope, em seu papel, não deixou passar a oportunidade.

Ela cortou-o de forma cortante, sua voz leve, mas cheia de veneno:

- Útil? É assim que você me vê, ? Como um mero recurso em sua vida? Que pensamento mais insignificante.

O olhar de Colin se endureceu, surpreso com a audácia dela. Ele não esperava que ela respondesse dessa forma, especialmente não agora. Penélope estava determinada a reverter a narrativa, a fazer com que ele sentisse o peso de suas palavras.

Com um sorriso desdenhoso, ela continuou:

- Eu talvez não me lembre de quem você é, mas não se preocupe, eu sou boa em fazer amigos. Espero que você não se importe em ser ignorado por um tempo.

Colin ficou paralisado, suas emoções misturadas entre a raiva e a confusão. A Penélope que ele conhecia não falaria assim; algo estava mudado. E essa mudança só alimentava a determinação dela de usar a dor e a manipulação como armas para sua vingança.

O carro seguia pelas ruas de Londres, enquanto Penélope e Colin trocavam farpas afiadíssimas, cada um tentando superar o outro em ironias e sarcasmos. A tensão entre eles estava quase palpável, mas Felicity, sentada entre os dois, parecia alheia à rivalidade. Ela estava animada, elogiando Violet Bridgerton, a mãe de Colin, por ter cuidado dela enquanto Penélope estava no hospital.

- Ela é tão incrível, Penny! -  disse Felicity, seu sorriso radiante contrastando com a frieza do ambiente.

Penélope se voltou para Colin, um brilho desafiador em seus olhos.

- Quem foi que atirou em mim? Não me diga que você tem outra pessoa a quem culpar dessa vez- , ela perguntou, sua voz sarcástica e cortante.

Colin a olhou de soslaio, uma expressão de ironia em seu rosto.

Between Blood and Desire. (Polin ' máfia)Onde histórias criam vida. Descubra agora