perdida na escuridão (parte 2)

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No dia seguinte, Colin chegou ao consultório acompanhado do médico, sua expressão refletindo tanto preocupação quanto esperança. Ele sabia que Penélope precisava de um momento de tranquilidade e, ao mesmo tempo, de um sinal de que tudo estava indo bem.

O médico cumprimentou Penélope com um sorriso acolhedor, enquanto Colin a observava de perto. Ela parecia mais estável, mas ainda havia um brilho distante em seus olhos. Colin sentia seu coração apertar ao vê-la assim, mas também havia uma faísca de alívio.

- Vamos fazer uma ultrassonografia para garantir que o bebê esteja bem - disse o médico, enquanto preparava os equipamentos.

Penélope assentiu, ainda em silêncio, mas Colin podia sentir a tensão em seu corpo. Ele se aproximou dela, segurando sua mão com delicadeza.
- Estou aqui com você, Penélope. Estamos juntos nisso.

Ela olhou para ele, e Colin notou que havia um lampejo de gratidão em seu olhar, mas logo se afastou novamente, mergulhando em seus pensamentos.

O médico começou a fazer a ultrassonografia, e Colin mal conseguia conter a ansiedade. A imagem começou a surgir na tela, e ele se inclinou mais perto, tentando vislumbrar cada detalhe. Em poucos segundos, o som do coração do bebê começou a ecoar pela sala, um ritmo forte e saudável que parecia iluminar o ambiente.

Colin fechou os olhos por um instante, permitindo que a onda de emoção o envolvesse. Ele estava prestes a se tornar pai, e aquele som era uma confirmação da vida que crescia dentro de Penélope. Ele olhou para ela, esperando ver uma reação, um sorriso ou até mesmo uma lágrima de alegria. Mas Penélope continuava distante, absorvendo o momento de uma forma diferente.

- É o nosso filho, Penélope - ele disse suavemente. - Ouça isso.

Os olhos dela se fixaram na tela, e Colin viu uma leve mudança em sua expressão. Era como se, por um breve instante, o mundo ao redor dela tivesse desaparecido, e apenas aquele batimento cardíaco importasse.

O médico sorriu, confirmando a boa saúde do bebê.

- Está tudo perfeito, Penélope. Seu bebê é forte e saudável.

Colin apertou a mão dela, desejando que suas palavras a alcançassem.
- Eu sabia que tudo ia ficar bem. Estamos juntos nisso, não importa o que aconteça.

Embora ela ainda parecesse distante, Colin sentia que havia uma conexão ali, um laço que só se tornaria mais forte à medida que se preparavam para enfrentar o futuro juntos. Ele só precisava de um pouco mais de tempo para que Penélope encontrasse seu caminho de volta.

Enquanto Colin dirigia em direção à casa, a atmosfera no carro era carregada de uma mistura de nervosismo e expectativa. O som do coração do bebê ainda ecoava em sua mente, e ele se sentia mais confiante do que nunca sobre o futuro. Ele decidiu que era o momento certo para trazer à tona algo que vinha pensando.

- Penélope, eu gostaria de falar sobre a máfia - começou Colin, tomando cuidado com as palavras. - Com sua recuperação e tudo que aconteceu, acredito que seja hora de eu assumir algumas responsabilidades.

Ela o olhou de forma inquisitiva, mas havia uma calma em seu semblante.
- O que você está pensando?

- Eu quero ajudar a liderar e tomar algumas decisões. Não precisa se preocupar com isso - respondeu ele, buscando tranquilizá-la. - Você pode se concentrar na sua recuperação e na chegada do nosso filho.

Penélope hesitou, seu olhar fixo na estrada à frente.
- Está tudo bem, Colin, mas eu quero acompanhar de perto. Não posso simplesmente ficar de fora.

Colin franziu a testa.
- Você não precisa fazer isso. Confie em mim para assumir essas responsabilidades. Não quero que você se preocupe com mais nada agora.

Between Blood and Desire. (Polin ' máfia)Onde histórias criam vida. Descubra agora