A ordem da Irlanda

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Colin estava sentado à cabeceira da longa mesa de madeira, cercado por seus capangas de confiança, todos esperando ansiosamente suas ordens. Ao seu lado, Penélope estava em silêncio, os olhos fixos no chão, perdida em um turbilhão de emoções. Seu padrinho, Harry, a quem ela confiava cegamente por tantos anos, havia tentado abusar de Felicity, sua irmã caçula. O choque era tanto que Penélope sentia-se paralisada, como se o mundo ao seu redor estivesse desmoronando lentamente.

Colin percebeu a tensão crescente ao seu lado. Sabia o quanto essa situação a afetava profundamente. Sem fazer alarde, ele estendeu a mão discretamente sob a mesa e apertou levemente a de Penélope, um gesto sutil para lembrá-la de que estava ali por ela e que, naquele momento, ela precisava ser forte.

- Penélope - , Colin sussurrou, sua voz calma, mas firme. O toque dele foi o suficiente para tirá-la de seu torpor. Ela ergueu os olhos lentamente, tentando manter a compostura, embora seu coração estivesse em frangalhos. Todos na sala agora olhavam para ela, esperando que ela falasse, especialmente sobre Harry.

Harry, padrinho de Penélope era braço direito do falecido pai de Penélope chefe da máfia irlandesa, estava envolvido em um dilema delicado.

Colin sabia que, de acordo com as regras da máfia, cabia ao chefe – neste caso, Penélope – decidir qual seria o destino de Harry. As regras eram claras: uma traição dessa magnitude exigia uma resposta implacável. Colin nunca havia tolerado abusos, e o fato de Harry ter traído a confiança de Penélope tornava as coisas ainda mais pessoais para ele.

Penélope tentou engolir em seco, mas as palavras pareciam emperrar em sua garganta.

- Harry... ele... - ela começou, mas sua voz falhou. Ela lançou um olhar implorante para Colin. Ele sabia que Penélope não conseguia lidar com aquilo sozinha.

- Harry quebrou as regras mais básicas de confiança e respeito, - Colin disse, seu olhar penetrante fixo em seus capangas. - Ele violou o código. E mais importante, ele tentou tocar no que é mais sagrado para a minha esposa.-  As palavras saíram afiadas como lâminas.

A sala ficou em silêncio absoluto. Colin se virou para Penélope, os olhos dela ainda brilhosos de dor, e disse com firmeza:

- A decisão final é sua. O que você acha que ele merece?

Penélope sabia que Colin a apoiaria em qualquer decisão, mas ela ainda estava dilacerada por dentro.

Penélope respirou fundo, tentando controlar o turbilhão de emoções que a consumia. Quando finalmente ergueu a cabeça, seus olhos estavam firmes, cheios de determinação. Ela sabia que todos na sala a observavam, incluindo Benedict e Anthony, os irmãos de Colin, que estavam atentos a cada movimento dela. Mas naquele momento, Penélope não estava preocupada com julgamentos, apenas com a justiça que sua irmã merecia.

- A Irlanda tem suas próprias regras- , ela começou, sua voz fria e calculada. - E nesses casos, quando a confiança é quebrada dessa forma, o único caminho para o perdão... é a morte.

Ela olhou diretamente para Harry, que estava encostado contra a parede, os olhos arregalados de medo. Penélope continuou, sentindo o ódio fervilhar em suas veias.

- Nenhum homem que toca em uma mulher de minha família sem consentimento vive para contar história.

A sala permaneceu em silêncio, enquanto os capangas e irmãos de Colin observavam a transformação de Penélope. A suavidade habitual dela havia desaparecido, substituída por uma frieza que eles não esperavam. Colin, de pé ao lado dela, estava em completo silêncio, permitindo que Penélope assumisse o controle. Ele sabia que, apesar de sua raiva, ela estava sendo incrivelmente racional. E isso impressionava até seus irmãos.

Between Blood and Desire. (Polin ' máfia)Onde histórias criam vida. Descubra agora