tudo outra vez

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Penélope passou o restante da noite trancada em seu quarto, as lágrimas ainda escorrendo de seus olhos enquanto o peso do que havia acontecido a esmagava. Ela mal conseguia processar tudo; a humilhação pública, as palavras de Colin, e a sensação de que seu mundo, cuidadosamente construído em torno de poder e controle, estava desmoronando.

Na manhã seguinte, sua cabeça latejava de dor, e seu estômago revirava. Mas o pior ainda estava por vir. Ao abrir os jornais e verificar as manchetes, Penélope viu que seu noivado com Colin havia se tornado o principal assunto em toda parte, não apenas pelo fato de unir duas famílias mafiosas poderosas, mas pelas fofocas e piadas que agora circulavam em torno de sua virgindade.

"A Virgem Desonrada: Penélope Featherington Seduzida por Colin Bridgerton", dizia uma manchete, com uma foto de ambos no brinde durante a festa. A piada sobre Colin "tirá-la da pureza" agora estava estampada por toda parte, e os detalhes íntimos da vida dela, antes tão cuidadosamente guardados, eram tema de risadas e especulações.

Penélope sentiu a dor de cabeça aumentar. Sua náusea ficou mais intensa, e ela teve que cobrir a boca para conter o mal-estar. Lembranças da noite anterior vinham à tona, cada palavra de Colin ressoando em sua mente como um eco cruel. Ela sabia que, no mundo em que viviam, sua reputação era uma arma tão poderosa quanto qualquer outra, e agora essa arma estava virada contra ela.

A última vez que Penélope havia chorado tanto em uma noite sozinha foi quando seu pai morreu. Naquela época, sua dor foi profunda, mas silenciosa. Agora, parecia que sua dor estava sendo exibida ao mundo inteiro, ridicularizada em uma escala que ela nunca imaginou.

Ela se jogou de volta na cama, abraçando o travesseiro como se fosse um escudo contra a brutalidade do que estava acontecendo lá fora. Sabia que precisava reagir, que precisava se levantar e retomar o controle, mas naquele momento, tudo o que ela conseguia sentir era a dor de ter sido exposta de forma tão cruel por alguém que, no fundo, ela amava.

Colin estava no galpão, rodeado por seus capangas enquanto discutiam questões importantes de negócios. A atmosfera era tensa, como de costume em reuniões desse tipo, mas algo naquele dia estava diferente. Colin estava de mau humor, inquieto, tentando se concentrar nas decisões estratégicas, mas a sombra da noite anterior ainda pairava sobre ele.

De repente, ele notou um pequeno grupo de homens ao fundo, rindo entre si e cochichando enquanto folheavam um jornal. As risadas abafadas e os olhares de soslaio na direção de Colin o deixaram ainda mais irritado. Algo estava errado.

Sem perder tempo, ele se levantou abruptamente e marchou até o grupo. O som das risadas cessou instantaneamente quando Colin chegou perto, e os homens ficaram tensos. Ele arrancou o jornal das mãos de um deles com um movimento brusco e começou a ler.

Lá estava a matéria: "A Virgem Desonrada: Penélope Featherington Seduzida por Colin Bridgerton". A humilhação de Penélope havia se tornado uma piada pública, e agora, até mesmo seus próprios homens estavam zombando disso.

A fúria tomou conta de Colin. Seu rosto ficou rígido, e seus olhos faiscavam de raiva. Ele jogou o jornal no chão e deu um passo à frente, sua presença dominando a sala. O silêncio era absoluto.

— Vocês acham isso engraçado? — Colin rosnou, sua voz baixa e perigosa. — Acham que é aceitável rir da minha noiva?

Nenhum dos homens ousou responder. O nervosismo nos rostos deles era evidente. Colin avançou mais um passo, sua raiva crescendo.

— Se eu pegar qualquer um de vocês falando ou rindo dessa merda de novo, eu juro que vai ser a última piada que vocês vão fazer na vida. — A ameaça era clara, e ele não estava brincando.

Between Blood and Desire. (Polin ' máfia)Onde histórias criam vida. Descubra agora