O discurso

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Capítulo 14: O discurso

Penélope não permitiria que Colin vencesse essa batalha. Determinada a tomar o controle, ela pegou uma taça de champanhe e procurou Colin pela sala. Seus olhos logo o localizaram em um canto, cercado por suas cunhadas, Kate e Sophie, que estavam imersas em uma conversa animada. Ao lado delas, de pé, com um sorriso radiante, estava Marina Thompson.

Marina era deslumbrante de uma forma clássica, com cabelos castanhos ondulados caindo sobre os ombros, olhos expressivos que capturavam a atenção de todos e um ar de sofisticação que sempre a envolvia. Vestida em um elegante vestido azul que realçava suas curvas, ela parecia totalmente à vontade, encantando os que estavam ao seu redor. E, claro, Kate e Sophie pareciam adorá-la, como se ela fosse uma velha amiga querida.

Penélope sentiu uma pontada de raiva subir pelo seu peito. Não era só a presença de Marina que a incomodava, mas o fato de que ela havia traído Penélope no passado, destruído uma amizade e, ainda assim, estava ali, acolhida e apreciada pelos Bridgertons. Aquele era o momento de mudar o rumo da noite.

Ela olhou ao redor e percebeu que sua festa de noivado havia se tornado a típica noite londrina monótona, cheia de formalidades que ela desprezava. Com um sorriso astuto, decidiu que as coisas precisavam de um toque pessoal, algo que refletisse quem ela realmente era. Era hora de transformar aquele evento em uma autêntica celebração irlandesa — cheia de vida, barulho, música e dança.

Penélope deu um sinal discreto para os músicos, e em poucos minutos, o salão foi preenchido por uma música vibrante e animada. As taças de champanhe começaram a ser substituídas por canecas de cerveja, e o clima formal rapidamente deu lugar a risadas altas e passos de dança mais soltos. A festa, de repente, havia mudado completamente.

No centro da sala, com todos os olhares agora voltados para ela, Penélope ergueu sua taça e, com um brilho desafiador nos olhos, começou a falar.

— Boa noite, meus queridos amigos! — Sua voz soou firme, mas havia um toque de ironia afiada. — Gostaria de aproveitar este momento para brindar a um homem muito especial nesta noite... — Ela olhou diretamente para Colin, que agora a observava com uma mistura de surpresa e curiosidade. — Meu noivo, Colin Bridgerton.

Os convidados, incertos do tom da fala, começaram a aplaudir. Penélope continuou, um sorriso travesso curvando seus lábios.

— Colin, nós dois sabemos o quanto essa noite significa para nós, não é mesmo? — Sua voz pingava sarcasmo disfarçado de doçura. — Afinal, não há nada como um noivado onde dois corações se encontram de forma tão... apaixonada e sincera.

Ela girou lentamente, olhando para os convidados, seu olhar pousando em Marina por um momento antes de retornar a Colin.

— Então, eu proponho um brinde a esse amor tão profundo que todos, certamente, podem ver e sentir. — Levantando sua taça, ela deu um sorriso brilhante, mas seus olhos diziam outra coisa. — À nós, Colin. Que possamos continuar surpreendendo a todos... até o fim.

Os aplausos preencheram o salão, mas Penélope sabia que, naquele momento, não era apenas um brinde. Era uma declaração de guerra, e Colin, olhando de volta para ela, sabia disso tão bem quanto ela.

Colin, percebendo a provocação de Penélope e sem intenção de deixar barato, interrompeu as palmas com um sorriso irônico nos lábios. Ele ergueu sua própria taça, sua postura relaxada, mas seus olhos refletindo a mesma guerra silenciosa que Penélope havia iniciado.

— Ah, Penélope... — Ele começou, sua voz cheia de charme, o que imediatamente capturou a atenção de todos. — Que discurso maravilhoso. Não poderia deixar de também fazer minha homenagem à essa mulher incrível.

Between Blood and Desire. (Polin ' máfia)Onde histórias criam vida. Descubra agora